2022-07-19 20:40:18
Vilson Nascimento
Uma mulher indígena de 25 anos, procurou a Delegacia de Polícia Civil para denunciar ter sido espancada, sequestrada e mantida sob cárcere privado por um grupo de indígenas, em Amambai.
O fato teria ocorrido na tarde de domingo, 17 de julho no interior da Aldeia Amambai, que é a maior comunidade indígena do Cone Sul do Estado, em Mato Grosso do Sul.
Segundo relatou a vítima à polícia, ela teria sido abordada e agredida por um homem que se diz líder indígena, que estaria em companhia de outras seis pessoas em um veículo.
Depois disso, de acordo com relatos da vítima constante no boletim de ocorrência, ela teria sido levada para uma área de terra de uma propriedade privada invadida recentemente na região do Sertãozinho, amarrada e mantida sob cárcere privado.
Segundo relatos da vítima à polícia, ela teria recebido uma paulada na cabeça, desmaiado e permanecido em poder dos agressores até a manhã desta segunda-feira, dia 18, quando teve a ajuda de um grupo de crianças que a desamarrou, foi quando a mulher teria conseguido fugir e procurar por ajuda.
Segundo a ocorrência policial, o grupo a teria agredido e sequestrado por engano, achando que, por ter o mesmo sobrenome, seria membro da família do atual capitão da Aldeia Amambai, João Gauto.
Após a invasão da fazenda na região do Sertãozinho, que inclusive já gerou confronto com a polícia com feridos de ambos os lados, além da morte de um indígena, grupos ligados aos invasores vem agindo com violência para tentar destituir João Gauto do cargo, que foi eleito para liderar a comunidade indígena até 2024, e assumir o controle da aldeia que tem cerca de 9 mil habitantes.
O posicionamento do grupo, que inclusive já teria invadido a residência, causando danos materiais e agredido familiares de João Gauto (clique AQUI para relembrar), seria motivado pelo fato de o capitão não ter apoiado a invasão da fazenda no Sertãozinho.
Sensação de insegurança
A situação de conflito, que já vinha gerando insegurança no interior da Aldeia Amambai foi agravada ainda mais com o assassinato de um indígena de 40 anos (clique AQUI para relembrar) ocorrido no decorrer da semana passada na região do Residencial Analy, que segundo a polícia, seria integrante do grupo invasor da propriedade no Sertãozinho.
Por conta da morte do suposto integrante, indígenas ligados ao grupo invasor decidiram, submetendo toda a população local a suas vontades, a não permitirem a entrada de não índios, inclusive taxistas, no interior da Aldeia Amambai até que a Justiça desse um parecer sobre o assassinato da suposta liderança da chamada pelo grupo invasor, de Aldeia Guapoy.
O assassinato do indígena continua sendo investigado pela Polícia Civil, em Amambai. Já o caso envolvendo a indígena de 25 anos foi registrado como lesão corporal dolosa.