2020-05-22 16:56:26
Vilson Nascimento
A paratleta maratonista Edilene Boaventura, 32 anos, que é de Palhoça, estado de Santa Catarina, mas atualmente treinava em Florianópolis, escolheu a cidade de Amambai como parte de sua preparação rumo à conquista do índice para a Paralimpíada de Tóquio em 2021.
Edilene, que é da classe T11 (deficiência visual total), quer alcançar o índice paralímpico e garantir a vaga durante a Maratona de Buenos Aires, na Argentina, que acontece em setembro deste ano.
Ela já tem a marca de 3 horas, 10 minutos e 16 segundos no percurso de 42 mil e 195 metros. Para alcançar a vaga para a Paralimpíada na capital do Japão ela precisa fazer a prova em 3 horas, 9 minutos e 35 segundos, tempo este que, em contato com a reportagem do grupo A Gazeta, ela disse estar convicta que irá alcançar.
A escolha por Amambai
A iniciativa da escolha de Amambai como parte da preparação da atleta paralímpica para a competição internacional partiu do também atleta de elite em Mato Grosso do Sul e guia da Seleção Brasileira de Atletismo Paralímpico, André Rodrigues do Nascimento, de Campo Grande.
A escolha de Amambai se deu por dois motivos segundo ele. Um segue a orientação da Seleção Brasileira, que é fugir dos grandes centros, como Florianópolis, onde a atleta estava treinando, mas tinha dificuldades, inclusive de locomoção por conta das restrições impostas em relação a covid-19,situação semelhante a encontrada na capital Sul-mato-grossense, Campo Grande. Outro é porque Amambai oferece condições ideais de treinamento.
O guia Andrezinho, como é mais conhecido, esteve em Amambai em fevereiro desde ano (2020), quando disputou e venceu os 10 quilômetros da Corrida Pedestre Noturna, prova promovida pela prefeitura local através da Sedesc (Secretaria de Desporto e Cultura).
Na ocasião ele percebeu que o município oferecia boas condições para treinamento, como condições climáticas, uma pista de atletismo com piso favorável para o preparo de atletas fundistas e estradas de terra ao redor da cidade, o que favorece na preparação de atletas praticantes de provas de longa distância.
Segundo Andrezinho, Edilene Boaventura, com apoio de sua equipe técnica, deverá permanecer realizando trabalho de base durante 30 dias em Amambai, posteriormente segue para um centro de treinamento no estado de São Paulo, onde continuará a preparação rumo à conquista do índice paralímipico na Argentina.
Durante o trabalho em pista e treinamentos em campo aberto em Amambai, a paratleta e seu guia atuam sem máscaras por conta da necessidade de aprimoramento da respiração, mas durante treinos estáticos, como alongamentos, por exemplo, bem como no decorrer do dia a dia, eles permanecem de máscaras, medida preventiva a covid-19.
Em Amambai um decreto municipal determinou o uso obrigatório do equipamento de proteção facial como forma de prevenção ao coronavírus.