2021-07-22 16:55:38
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (22) depois de ter oscilado bastante ao longo do pregão, novamente alterando perdas e ganhos, refletindo um cenário externo também instável e ainda o aquecido noticiário político doméstico.
A moeda norte-americana subiu 0,43%, cotada a R$ 5,2123. Veja mais cotações.
Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de 0,78%, a R$ 5,1901. Na parcial da semana, acumula alta de 1,89%. No mês, a divisa tem avanço de 4,82%. No ano, acumula alta de 0,48%.
Cenário
No exterior, destacou a agência Reuters, o dólar chegou ao fim da tarde perto da estabilidade, mas também mostrou volatilidade ao longo do pregão, marcado pela decisão de política monetária na zona do euro e por dados piores do mercado de trabalho norte-americano –ambos tendo como pano de fundo um ressurgimento dos receios em torno da Covid-19.
Estrategistas do Société Générale chamaram atenção para o que consideram uma divergência entre aumento de casos e hospitalizações por Covid-19 em países onde a vacinação está avançada. Isso indicaria retomada contínua da economia, o que favoreceria o dólar contra outras moedas. O euro, por exemplo, caía 0,2% nesta sessão, com o Banco Central Europeu (BCE) prometendo manter juros em mínimas recordes por mais tempo.
No caso do real, os profissionais destacaram uma linha de tendência de alta para o dólar depois de a divisa ter saído de um canal de queda que durou vários meses. A expectativa deles é que os preços se estabilizem com teto em R$ 5,29/R$ 5,31 e piso em R$ 5,10.
"Eventualmente, o salto pode persistir em direção à média de 200 dias de R$ 5,37, com o próximo obstáculo nas projeções de R$ 5,48/R$ 5,50", disseram em nota.
Nesta semana, o dólar tem se mantido numa faixa estreita entre R$ 5,19 e R$ 5,25, depois de na semana passada chegar a encerrar sessão em cerca de R$ 5,08.
A mudança de patamar veio acompanhada ainda de mais uma leva de notícias políticas de Brasília, com o governo tentando fortalecer apoio no Congresso, mas às custas de menor autonomia do Ministério da Economia de Paulo Guedes – em meio ao pior momento para o presidente Jair Bolsonaro desde o início de seu mandato e a debates ruidosos em torno da polêmica reforma tributária proposta por Guedes
Bolsonaro confirmou nesta quinta-feira que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) aceitou seu convite e deverá assumir a Casa Civil de seu governo.
"Ao mesmo tempo que a governabilidade melhora no curto prazo, é um risco enorme para o governo no médio prazo", disse a Rio Bravo em comentário, lembrando que, com o centrão dentro do governo, há risco de mais pressão por emendas parlamentares e para outros gastos.
Variação do dólar em 2021 — Foto: Economia G1