2020-10-19 17:41:28
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (19), tendo no radar dados sobre a recuperação da economia chinesa e maior otimismo em relação a uma vacina para o coronavírus e a um novo pacote de estímulo nos Estados Unidos. A moeda norte-americana caiu 0,77%, vendida a R$ 5,5997. Veja mais cotações. No mês, passou a ter alta de 0,44%. No ano, tem valorização de 40,73%.
Na sexta-feira (19), a moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 0,30%, cotada a R$ 5,6430 — maior valor de fechamento desde 2 de outubro, quando ficou em R$ 5,6688. Com isso, acumulou alta de 2,12% na semana passada. Em um mês, média móvel semanal de casos de Covid-19 nos EUA aumentou 40%.
Em um mês, média móvel semanal de casos de Covid-19 nos EUA aumentou 40%. A China divulgou nesta segunda que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 4,9% no 3º trimestre, em relação ao ano anterior, abaixo do esperado pelo mercado, mas num ritmo mais rápido do que o crescimento de 3,2% registrado no segundo trimestre.
"Ainda que abaixo das expectativas, tal crescimento demonstra que o impacto das medidas de estímulo na China foi efetivo e traz à tona como tais medidas serão adotadas de agora em diante, nos moldes das discussões sobre estímulos adicionais nos EUA", disse em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
No domingo, a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, disse estar otimista com possibilidade de aprovação de novo pacote de auxílio ainda antes das eleições presidenciais norte-americanas de 3 de novembro, em uma indicação de que o impasse político em torno da questão pode ser superado.
Também aliviando o sentimento dos mercados, a Pfizer anunciou na sexta-feira que poderia solicitar uma autorização nos EUA para entregar uma vacina contra a Covid-19 já em novembro. No cenário local, o mercado financeiro elevou pela 10ª semana seguida a estimativa de inflação para este ano e tombo menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.
Segundo o relatório Focus do Banco Central, os analistas dos bancos subiram a estimativa de inflação deste ano de 2,47% para 2,65%. A projeção de retração da economia neste ano passou de 5,03% para 5%. Já a previsão para a taxa de câmbio no fim do ano subiu de R$ 5,30 para R$ 5,35.
Incertezas crescentes sobre como o governo financiaria seu programa de auxílio econômico sem furar o teto de gastos, aprofundadas pelo atraso das reformas em meio à pandemia, ainda dominam as atenções dos investidores. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse no final da semana passada que a possibilidade de extensão do estado de calamidade pública "não existe", e defendeu que uma melhora na regulamentação do teto de gastos é mais importante do que a instituição de um novo programa de renda mínima, este perseguido pelo presidente Jair Bolsonaro.