2020-03-24 16:42:27
O dólar fechou em queda nesta terça-feira (24), seguindo um maior alívio nos mercados após a nova ronda de estímulos monetários anunciados na véspera. Em um esforço global coordenado, a Alemanha lançou um pacote de estímulos de até 750 bilhões de euros, enquanto o Federal Reserve, dos EUA, adotou medidas inéditas para aumentar o crédito em toda a economia.
A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 5,0814, em queda de 1,05%. Na parcial do mês, a moeda acumula alta de 13,40%. No ano, o avanço é de 26,72%. A Bovespa, por sua vez, opera em forte alta. Na segunda-feira, o dólar fechou cotado a R$ 5,1347, em alta de 2,17%.
Influências internas e externas
Além do componente externo, os juros de curto prazo recuaram após o resultado abaixo do esperado do comércio varejista em janeiro, que alimenta a possibilidade de reduções adicionais na Selic.
A queda de 1% nas vendas no varejo em janeiro, excluindo automóveis e materiais de construção, surpreendeu os agentes do mercado, que esperavam queda mais amena do indicador, de 0,4%. Além disso, o IBGE revisou para baixo as vendas no varejo de dezembro de 2019, que passaram de recuo de 0,1% para decréscimo de 0,5%. Os números não contemplam os impactos do novo coronavírus na economia.
O ambiente externo mais ameno vem diante de fortes perdas recentes em ativos de risco e de sinais de estabilização de novos casos do novo coronavírus na Itália e em outros países europeus. Apesar disso, as perspectivas para a economia global continuam bastante negativas.
Em solo europeu, os índices de gerentes de compras (PMIs) preliminares de março mostraram um recuo mais profundo do que o esperado pelos mercados. Os economistas do Goldman Sachs já revisaram suas projeções e esperam um tombo de 9% do PIB da zona do euro em 2020.
No Brasil, o Goldman Sachs também revisou sua expectativa para o PIB deste ano e cortou a projeção de baixa de 0,9% para queda de 1,6%. Na tentativa de mitigar os efeitos do novo coronavírus na atividade, o governo anunciou um pacote de socorro financeiro de mais de R$ 80 bilhões a estados e municípios.