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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Dólar fecha em queda após bater R$ 4 mais cedo

2019-04-25 16:22:45

O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (25), após bater R$ 4 mais cedo, reagindo a um comentário de diretor do BC e à espera do andamento da reforma da Previdência no Congresso. A moeda norte-americana caiu 0,78%, a R$ 3,9553. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 4,0062. Na mínima, foi a R$ 3,9493.

Segundo a Reuters, o mercado acelerou as vendas de moeda após fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes. Em evento em São Paulo, ele disse que o órgão não tem "preconceitos" com o uso de qualquer instrumento cambial e destacou a possibilidade da oferta de linhas. Os comentários ocorreram em meio à escalada do dólar para os R$ 4 e deixaram no mercado a impressão de que o BC pode estar incomodado com esse nível diante do atual contexto.

Previdência

O mercado repercute a escolha do deputado Marcelo Ramos (PR-AM) para presidir a comissão especial que será instalada para analisar a proposta de reforma da Previdência. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, anunciou o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) como relator do texto. Maia está se colocando como intermediário nas negociações entre o governo e o centrão.

Agentes financeiros estão na expectativa de que o governo agora terá dificuldade para passar a reforma na comissão especial e de que o texto poderá ser diluído. Apesar de a reforma ter avançado na Comissão de Constituição e Justiça, essa primeira vitória do governo já foi incorporada no mercado, e agora os investidores esperam novos esforços nas próximas etapas, nas quais as dificuldades deverão ser maiores para passar o projeto.

A comissão especial terá prazo de 40 sessões, a partir de sua constituição, para proferir parecer, sendo que a apresentação de emendas à proposta tem de ser feita nas 10 primeiras sessões. Agentes financeiros veem com bons olhos a atuação de Maia, que desponta novamente como principal fiador da proposta e que tende a desempenhar papel decisivo na discussão do mérito da PEC na comissão especial.

"Maia deu vários recados positivos na quarta-feira. O mercado gosta de saber que tem alguém que chamou para si a responsabilidade de algo tão grande como a reforma da Previdência", explicou à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus. O mercado reage ainda com cautela aos números da economia, como a divulgação de fechamento de 43 mil empregos na quarta, o que pode abalar a força política do governo, necessária neste momento para aprovar a reforma.

Cenário externo

No exterior, a divisa norte-americana ganha força em meio a uma busca global por proteção. O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia cerca de 0,1% e operava acima de uma máxima de 23 meses.

"Se a gente pudesse resumir em uma palavra o cenário externo é expectativa. Com guerra comercial, Brexit, com o que pode sair na cúpula entre Putin e Kim Jong Un, com a expectativa de como vai ser Trump e o processo de impeachment", avaliou Laatus.

O real tinha o melhor desempenho entre 33 pares do dólar nesta sessão. Na quarta-feira, a moeda brasileira havia ocupado a vice-liderança nas perdas, com o dólar fechando no maior patamar em quase sete meses, segundo a Reuters.

Atuação do BC

Nesta semana, o BC anunciou de forma antecipada que começará em 2 de maio as rolagens de contratos de swap cambial com vencimento em julho. A autarquia ressalvou que os montantes a serem ofertados poderão ser revistos "sempre que necessário".

E o BC seguiu nesta quinta-feira com rolagens dos swaps vincendos no início de maio, com venda integral dos 5.350 contratos disponibilizados. Em 18 leilões neste mês, o BC já vendeu US$ 4,815 bilhões nesses ativos. O lote a expirar em 2 de maio é de US$ 5,343 bilhões.

O diretor de Política Monetária do Banco Central afirmou que é dever da instituição entender o ambiente econômico em que o país está inserido e, quando necessária, buscar uma "forma mais eficiente de intervenção" no mercado de câmbio.

"É importante registrar que não temos qualquer preconceito em relação a utilização de qualquer instrumento, quando e se as condições para tal estiverem presentes", declarou ele, durante a abertura do 4º Compliance and Business Day Abracam (Associação Brasileira de Câmbio), em São Paulo. Seu discurso foi divulgado pela assessoria de imprensa do BC.

Porém, de acordo com Bruno Serra, a instituição atua no mercado local de câmbio somente "caso identifique alguma anomalia em seu regular funcionamento".

"Há duas décadas o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante, por meio do qual o BC não persegue nível ou tendência específicos para a taxa de câmbio. Esse regime corresponde à primeira linha de defesa contra choques externos", declarou ele.

Alta na véspera

No dia anterior, a moeda dos Estados Unidos subiu 1,66%, vendida a R$ 3,9862. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,9932. A última vez que o dólar fechou acima deste patamar foi em 1º de outubro do ano passado, negociado a R$ 4,01 – a uma semana do 1º turno das eleições presidenciais.

Na semana, a moeda acumula alta de 1,49%. No mês de abril, sobe 1,82% e, no ano, 2,89%.

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