Segundo Luiz Henrique Sanches, diretor da LHS Consultoria e Treinamento em Combustíveis, etanol anidro e etanol hidratado possuem a mesma fórmula química (C2H5OH) e são produzidos a partir da cana-de-açúcar e do milho no Brasil.
A principal diferença entre eles está na quantidade de água: o etanol anidro tem menos de 1%, enquanto o hidratado contém 7,5%. Ambos podem ser usados em motores flex, mas exercem funções distintas no mercado de combustíveis. “Ambos se obtêm das mesmas matérias primas aqui no Brasil, da cana de açúcar e do milho”, explica, em uma publicação na rede social LinkedIn.
De acordo com o que o especialista afirma, o etanol anidro é misturado à gasolina na proporção de 27%, aumentando sua octanagem e permitindo o uso de gasolinas A de menor qualidade. Já o etanol hidratado pode ser utilizado puro como combustível, mas tem rendimento energético inferior, cerca de 75% do da gasolina C. Para ser economicamente vantajoso ao consumidor, seu preço deve representar entre 70% e 75% do valor da gasolina C, considerando apenas o aspecto financeiro, sem levar em conta os benefícios ambientais.
Por outro lado, o etanol anidro é essencial para a especificação da gasolina, o que significa que ele precisa ser adicionado independentemente do custo. Em determinados momentos, como no atual cenário citado por Sanches, seu preço pode superar o da própria gasolina A, reflexo da dinâmica de mercado e da demanda pelo produto. Essa diferença influencia diretamente a precificação dos combustíveis e a viabilidade econômica do etanol hidratado para os consumidores.
