Vilson Nascimento
Várias viaturas da Polícia Militar se deslocaram para a Aldeia Limão Verde, em Amambai, na noite deste domingo, 23 de fevereiro, com o objetivo de conter riscos de confronto entre grupos rivais.
Um áudio que a reportagem do grupo A Gazeta teve acesso na noite deste domingo dá conta que um indígena teria sido ferido com um tiro na perna e a acusação em relação a autoria teria recaído sobre o professor e líder indígena, Delfino Borvão, que nega tais fatos.
Por conta disso, diz o áudio, integrantes do grupo rival a Delfino estaria se mobilizando para tentar “pega-lo”.
A situação de conflitos na comunidade indígena, que tem, segundo o Siasi (Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena) 2,8 mil habitantes, teve início em novembro do ano passado quando Delfino foi eleito por um voto de diferença, mas houve acusação de fraude, por conta da votação de indígena que não seria morador na aldeia.
Novas eleições foram marcadas por duas vezes, com Delfino sendo derrotado nas duas, mas ele não teria reconhecido a derrota.
A situação na comunidade indígena ficou mais tensa a partir da última quinta-feira (20) quando Delfino teria sido arrancado à força de sala de aula, agredido e mantido refém por parte de rivais. O fato chegou a gerar, por determinado tempo, o bloqueio da pista na Rodovia MS-156, que liga as cidades de Amambai e Tacuru, no trecho que corta a comunidade indígena Limão Verde.