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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

“Acumulando prejuízos, o agronegócio pode entrar em colapso”, alerta deputado Paulo Corrêa

O agronegócio de Mato Grosso do Sul, especialmente na região centro-sul, enfrentou uma grave crise nos últimos três anos, marcada por perdas severas devido ao clima adverso, altos custos de produção e a queda nos preços das commodities. Com produtores endividados e com dificuldades de acesso ao crédito, o setor corre o risco de entrar em colapso, comprometendo a principal atividade econômica do Estado.

Essa é a avaliação do deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), 1º secretário da Assembleia Legislativa, que trouxe o assunto à sessão plenária desta terça-feira (17). O alerta foi feito após uma reunião com o governador Eduardo Riedel, o vice-prefeito de Maracaju, Mauro Christianini, e produtores rurais do município para debater possíveis soluções e medidas de apoio emergenciais.

“O agro no Mato Grosso do Sul passa por um momento muito delicado. São três anos consecutivos em que os produtores da região centro-sul estão acumulando prejuízos, o que é extremamente preocupante. O cenário de seca prolongada, altas temperaturas e custo elevado dos insumos, associado à baixa margem de lucro e às altas taxas de juros praticadas pelos bancos, está inviabilizando o trabalho no campo”, alertou Paulo Corrêa.

“Acumulando prejuízos, o agronegócio pode entrar em colapso”, alerta deputado Paulo Corrêa

Ele também publicou um estudo econômico, elaborado pela MS Integração com base em dados oficiais da Aprosoja, Famasul e Embrapa, que detalha a severidade das perdas na região centro-sul. Essas perdas impactaram fortemente a produção de soja e milho safrinha em Maracaju, um dos principais polos agrícolas de Mato Grosso do Sul, devido à estimativa, ao aumento do custo de produção, à baixa nos preços de comercialização e à redução na produtividade nas últimas seis semanas safras.

“As últimas seis safras foram devastadoras para o produtor rural. O preço dos produtos caiu, enquanto o custo dos insumos aumentou, além das taxas de juros abusivas que são impagáveis. Há produtores que estão retornando maquinários às vendas porque não conseguem pagar. Se não encontrarmos uma solução urgente, haverá uma quebradeira geral. Se o produtor sofre, Mato Grosso do Sul sofre junto, pois o agronegócio é nossa principal atividade econômica”, pontuou.

Uma das medidas discutidas no encontro com o governador Eduardo Riedel foi o alongamento das dívidas dos produtores rurais para prazos de 15 a 20 anos, com juros subsidiados, nos moldes de programas de securitização anteriores. Esse modelo permitiria aos agricultores respirar financeiramente e reorganizar suas atividades sem o peso das dívidas acumuladas, conforme afirma o produtor rural e empresário Valdenir Portela.

“Acumulando prejuízos, o agronegócio pode entrar em colapso”, alerta deputado Paulo Corrêa

“Não estamos pedindo perdão de dívidas. Queremos apenas um alongamento dessas dívidas, nos mesmos moldes de securitização que ocorreram no passado. Isso permitirá ao produtor continuar produzindo e quitando suas obrigações sem perder crédito, propriedades, máquinas ou outros bens dados como garantia. Buscamos um alongamento da dívida para 20 anos, com juros subsidiados, que permita aos bancos conceder empréstimos, às vendas fornecer insumos e, principalmente, que produza ao produtor condições reais de pagamento”, esclareceu Portela.

O engenheiro agrônomo Roney Pedroso, responsável pelo estudo elaborado pela MS Integração, ressaltou que o agronegócio passa por um momento muito delicado e que uma grave situação vivenciada pelos trabalhadores do campo pode comprometer a saúde financeira do Estado.

“Se o agro não for para bem, podemos enfrentar um efeito preocupante no futuro. Por isso, estamos buscando apoio para atravessar esse momento crítico. Agora, estamos nos articulando com o governador Eduardo Riedel e com o deputado Paulo Corrêa para encontrar soluções que garantam a sustentabilidade do setor e ajudem os produtores a superar as dificuldades sem comprometer ainda mais nossa economia”, finalizou.

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