No cenário histórico e cultural de Paranhos, Mato Grosso do Sul, o Projeto Forte Iguatemi ganhou destaque internacional. O projeto, atualmente em fase de captação de recursos e foi recentemente apresentado no segundo Summer School Congresso Internacional de Arquitetura na Itália, destacando sua importância no resgate da identidade cultural do município.
Projeto Forte Iguatemi
O Projeto Forte Iguatemi, liderado pela Professora Dra. Maria Margareth Escobar Ribas Lima, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), busca criar um espaço de memória e conhecimento em Paranhos. O objetivo é resgatar a identidade cultural do município, promovendo desenvolvimento cultural e educacional.
Por convite da Alta Scuola, uma associação científica da cidade de Orvieto e Todi na região da Umbria, Itália, a Professora Margareth Ribas teve a oportunidade de apresentar o projeto no prestigioso congresso. O evento contou com a participação de renomados arquitetos e acadêmicos internacionais.
Além da Professora Margareth, o prefeito Donizete Viaro e o historiador, arqueólogo e ex-professor da UFMS, Gilson Rodolfo Martins, também participaram da apresentação do projeto, destacando a relevância histórica e cultural do forte para Paranhos.
Em sua fala, o prefeito de Paranhos, Donizete Viaro, frisou seu empenho em realizar o Projeto Forte Iguatemi. “Nosso município é fronteiriço com a região do Paraguai, país vizinho que muito estimamos e com o qual temos boas relações políticas (…) Da nossa parte, como gestor municipal, não mediremos esforços para que as iniciativas culturais, sejam elas brasileiras ou paraguaias, sejam realizadas”, disse Donizete.
Já o historiador Gilson Rodolfo destacou a importância do projeto tanto para o Brasil quanto para o Paraguai. “Para mim, o Forte Iguatemi foi uma experiência inesquecível porque foi o primeiro sítio arqueológico que registrei oficialmente aqui em MS, no ano de 1986. (…) No sítio arqueológico há a possibilidade de extensas e profundas escavações arqueológicas por projetos acadêmicos sucessivos que, com certeza, somarão ao pouco que se tem sobre esse episódio (…) Deve-se levar em conta também a abundância de documentos escritos que ilustram os diferentes aspectos da vida social, política, econômica e ambiental do lugar. Recuperar tudo isso é muito importante para permitir uma compreensão binacional tanto do lado paraguaio quanto brasileiro. Não poderemos explicar esse passado se não houver a integração de conhecimentos”, finalizou Gilson.
A Professora Margareth Ribas acrescentou que o projeto de pesquisa já foi finalizado e agora estão na fase de divulgação dos resultados, buscando parcerias e sensibilizando instituições governamentais e não governamentais em níveis federal e estadual. “Estamos também em reuniões com o vizinho Paraguai, de forma a criar uma parceria binacional para o desenvolvimento do turismo local”, afirmou.
Contexto histórico
O Forte de Nossa Senhora dos Prazeres do Iguatemi, construído no século XVIII, está localizado no município de Paranhos e teve um papel significativo na história das disputas territoriais entre Espanha e Portugal. O forte foi uma estratégia militar crucial para conter o avanço castelhano no sul, simbolizando a presença portuguesa e, posteriormente, brasileira na área, ajudando a consolidar a soberania sobre a região. A destruição do forte levou ao abandono temporário da área, agravando as tensões que culminariam na Guerra do Paraguai (1864-1870).
O Projeto Forte Iguatemi é mais do que uma iniciativa cultural; é uma ponte entre o passado e o futuro de Paranhos. A apresentação na Itália ressalta a relevância histórica e cultural do forte, além de fortalecer os laços acadêmicos e culturais entre Brasil e Itália. Com o apoio da comunidade local e reconhecimento internacional, o Projeto Forte Iguatemi promete transformar Paranhos em um centro de memória e desenvolvimento cultural, celebrando a rica história da região e promovendo seu futuro.
Estão envolvidas no Projeto Forte Iguatemi as seguintes pessoas vinculadas à UFMS: Maria Margareth E. Ribas Lima (PhD, Coordenadora), José Alberto Ventura Couto (Dr, Membro), Rodrigo Mendes de Souza (Dr, Vice-coordenador), Gilson Rodolfo Martins (PhD, Membro), Victoria Mauricio Delvizio (PhD, Membro), Dagny Más, Gabriela Ribeiro Nunes, Gabriela Palácio Lopes, Priscila Junqueira de Souza, Isabella Araújo, Isabella Souza Pettengill, Isadora Fernandes, Laura Costa, e Tainara da Rocha Leite (Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, Membros).
Os participantes não vinculados à UFMS incluem Donizete Aparecido Viaro (Prefeito de Paranhos), Mirian Aparecida Gavilan Jara (Secretária de Planejamento), Juliana Villela Junqueira (Arquiteta e Pesquisadora), Rozimar Brites, Luzineida Brites, Huto Vera, Daniel Vargas, Ubaldo Fernandes, Cleber Valiente, Jacy Cariz Duarte Vera (Professores(as) de Paranhos), Albertino Fachin Dias (Historiador), e Elotério Fachin Dias (Professor(a) da UEMS).
Fonte: A.N /Grupo A Gazeta
