A safra de arroz 2023/2024 no Rio Grande do Sul deve alcançar cerca de 7.149.691 toneladas, conforme dados divulgados pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Mesmo com as perdas ocasionadas pelas inundações que assolaram o estado em maio, o volume previsto é bastante próximo ao da safra anterior, que registrou 7.239.000 toneladas. Este número confirma a autossuficiência do arroz gaúcho no mercado brasileiro, tornando desnecessária a importação do grão.
Os dados foram calculados pelo Instituto Rio Grandense do arroz (Irga) e apresentados durante uma reunião extraordinária da Câmara Setorial do arroz, realizada remotamente nesta terça-feira. Segundo o presidente do Irga, Rodrigo Machado, a colheita já estava 84% concluída quando ocorreram as enchentes, restando 142 mil hectares a serem colhidos. Destes, 22 mil hectares foram totalmente perdidos e 18 mil ficaram parcialmente submersos, além de um comprometimento de 43 mil toneladas de grãos estocados nos silos.
“A estimativa de produção total leva em consideração os 6.440.528 toneladas já colhidas até a ocorrência das enchentes, somadas à produtividade esperada para os 101.309 hectares restantes de área não atingidos, com uma média de produção de 7 mil quilos por hectare. Com isso, a produção estimada totaliza 7.149.691 toneladas de arroz para a safra atual”, explicou Machado. Ele ainda reforçou que, mesmo com as perdas, a safra atual é praticamente idêntica à anterior, garantindo que não haverá desabastecimento de arroz.
A região da Depressão Central foi a mais afetada, com os produtores enfrentando severas perdas. “Os produtores da região já haviam perdido toda a safra no plantio inicial e precisaram replantar. Agora, além das lavouras, perderam suas casas, máquinas e animais. Será necessário implementar linhas de crédito e seguros específicos para esses produtores”, destacou o presidente da Federarroz, Alexandre Velho.
Velho também expressou preocupação com a decisão do governo federal de suspender a Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de arroz, em vigor até o fim do ano. “A retirada da TEC desestimula o produtor e pode levar a uma nova redução da área cultivada no estado. Vender arroz a R$ 4,00 significa que o produtor receberá abaixo do custo de produção, tornando a atividade inviável”, alertou.