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domingo, 24 de novembro de 2024

Bioprodutos podem gerar até 214% de retorno na cultura do feijão

Uso de produtos biológicos na produção de feijão indicam altas taxas de retorno sobre o investimento

Um estudo econômico conduzido pela Embrapa arroz e feijão revelou resultados promissores sobre o uso de produtos biológicos em coinoculação para substituir fertilizantes nitrogenados na produção de feijão em Goiás e Minas Gerais. De acordo com informações da Embrapa, uma pesquisa indicou taxas de retorno sobre o investimento entre 190% e 214% para empregos comerciais, e de 113% para agricultura familiar.

A análise também demonstrou que o custo total de produção, quando utilizado fertilizante nitrogenado, foi 5% superior para empregos comerciais e 8,5% maior para agricultura familiar em comparação aos tratamentos com coinoculação.

O estudo, conduzido em sistema de cultivo irrigado por pivô central nos municípios goianos de Cristalina, Itaberaí e Santo Antônio de Goiás, além de Paracatu e Unaí, em Minas Gerais, e em Goianésia (GO) em área de agricultura familiar com irrigação por aspersão, abrangeu três safras utilizando a cultivar de feijão carioca Pérola.

A coinoculação, que consiste na adição de múltiplos microrganismos benéficos às plantas, mostrou-se eficiente no aumento da produtividade. Foram utilizados dois produtos comerciais: um contendo rizóbios (Rhizobium tropici), responsáveis pela fixação biológica de nitrogênio, e outro com Azospirillum brasilense, conhecido por promover o crescimento das plantas.

“O rizóbio foi usado na forma de inoculante turfoso (pó contendo a bactéria) preparado em solução para o tratamento de sementes, sendo aplicadas duas doses por hectare. No caso do Azospirillum, utilizou-se o equivalente a uma e duas doses de produto por hectare aplicadas na semente; e duas e três doses por hectare via pulverização foliar na fase vegetativa da lavoura. A fim de comparar com a adubação nitrogenada, foi adotado fertilizante nitrogenado na forma de ureia (80 quilos por hectare), distribuídos 20 quilos por hectare na semeadura e 60 quilos por hectare aos 25 dias após a emergência das plantas”,  de acordo com dados da Embrapa.

Segundo Enderson Ferreira, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão e um dos coordenadores do estudo, o retorno financeiro sobre o investimento na coinoculação foi particularmente positivo em um dos tratamentos realizados.

O custo total de produção também foi avaliado, considerando custos operacionais relacionados ao manejo da mão de obra, defensivos, energia elétrica, mecanização, colheita e atividades pós-colheita. O socioeconomista Alcido Wander, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, destacou a importância dessa avaliação para os produtores rurais, especialmente devido ao peso dos adubos nitrogenados nos custos de produção, estimado em cerca de 14% do custo operacional total.

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