Brasil, os preços do trigo se mantiveram estáveis, com a média gaúcha fechando a semana em R$ 59,94/saco e as principais praças praticando valores entre R$ 60,00 e R$ 62,00. Já no Paraná os preços oscilaram entre R$ 63,00 e R$ 64,00/saco na maioria das regiões produtoras.
É bom salientar que os preços nestes dois principais produtores brasileiros, em fevereiro, tiveram um recuo médio entre 5% e 6%. Necessidade dos produtores em desovar estoques, diante da aproximação da entrada da safra de verão, e uma demanda reprimida diante de moinhos abastecidos, teriam sido os motivos centrais do movimento. Além disso, há muito trigo de qualidade inferior disponível, fato que pressiona o mercado.
Vale destacar que a Argentina também registrou queda de preços em fevereiro, com a mesma se aproximando de 9,5%, o que deu mais competitividade ao trigo importado do vizinho país. E não há perspectiva de grandes mudanças de preço no curto prazo, embora a falta de produto superior no mercado brasileiro.
Diante do exposto, a área nacional de trigo, no próximo plantio, deverá diminuir sensivelmente. São Paulo, por exemplo, projeta uma redução de 20% em sua área do cereal em 2024. No Rio Grande do Sul também se espera uma importante redução, porém, ainda sem quantificação da mesma. Isso poderá comprometer a expectativa de uma produção final brasileira, neste ano, ao redor de 10 milhões de toneladas, após as 8,1 milhões no ano passado. E se o clima não ajudar, não se pode descartar um volume final abaixo do colhido em 2023 diante desta tendência de plantio, já que no Paraná igualmente o quadro não é animador.
Neste sentido, a iniciativa privada avança uma redução de 11% na área nacional de trigo, com a mesma passando a 3,05 milhões de hectares. Com isso, somente com clima perfeito a produção final poderá chegar a 9,2 milhões de toneladas como ela está prevendo. (cf. StoneX)