Os fiagros, que constituem fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais, apresentaram um desempenho positivo ao oferecer dividendos atrativos aos acionistas, apesar das flutuações no setor produtivo. No entanto, é importante destacar que, no final de novembro, o Grupo Bergamasco, ligado ao fundo imobiliário BTG Terras Agrícolas (BTRA11), requereu recuperação judicial, indicando desafios no cenário econômico.
Conforme levantamento realizado pela Ável Investimentos para identificar os principais pagadores de dividendos em 2023, destacaram-se os fundos imobiliários do setor agropecuário. Esses resultados refletem a performance notável desses fundos, evidenciando a atratividade de investimentos no segmento agropecuário durante o período analisado.
Entre eles, o HGAG11 (High Fiagro) liderou com um dividend yield de 22,94%, seguido por EGAF11 (Ecoagro) com 19,36%, LSAG11 (Leste Fiagro) com 19,28%, GCRA11 (Galapagos Recebíveis do Agronegócio Fiagro) com 18,33%, OIAG11 (Ourinvest Innovation) com 17,61%, VGIA11 (Valora CRA Fiagro) com 17,53%, RZAG11 (Riza Agro Fiagro) com 17,08%, NCRA11 (NCH Recebíveis do Agronegócio) com 16,96%, PLCA11 (Plural BRB Crédito Agro) com 16,89%, e CPRT11 (Capitânia Agro Strategies Fiagro) com 16,87%.
O analista de investimentos da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, destaca a previsão de uma queda na rentabilidade dos fundos em comparação com o ano de 2023. Ele ressalta que, dado que a grande maioria dos fiagros é composta por carteiras de crédito indexadas ao CDI+, os cortes nas taxas Selic e CDI consequentemente indicam uma diminuição marginal nos rendimentos dos fundos. Araujo explica que, apesar disso, os spreads geralmente permanecem elevados, variando de CDI+3 a CDI+8, garantindo ainda uma remuneração nominal considerável.
