Milho, trigo e soja encerraram 2023 com notáveis quedas, impulsionadas por colheitas abundantes no Brasil e pelo comércio robusto no Mar Negro, que atenuaram as preocupações com o clima e a situação de guerra. Conforme reportado pela Reuters, o contrato mais ativo de milho registrou uma queda de 31% em comparação a 2023, marcando a maior baixa desde 2013.
O trigo experimentou uma significativa queda de 21% ao longo do ano, enquanto a soja registrou uma perda de 15%. Este declínio representativo nos preços de grãos e oleaginosas marca o término de uma série de anos consecutivos de ganhos, influenciada por desafios nas colheitas, os impactos da pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia. O setor enfrenta agora uma fase de ajustes após um período prolongado de volatilidade e desafios globais.
As colheitas extraordinárias de milho no Brasil e nos Estados Unidos desempenharam um papel crucial em compensar os impactos da severa seca enfrentada pela Argentina. O auxílio providenciado pelas chuvas no final do ano na Argentina não só aliviou as condições agrícolas, mas também proporcionou suporte essencial aos agricultores durante o processo de semeadura das próximas safras de milho e soja. Essa combinação de fatores contribuiu para equilibrar a oferta global desses importantes produtos agrícolas.
As expressivas exportações de trigo da Rússia, juntamente com a retomada dos embarques da Ucrânia por meio de um novo canal de transporte, impulsionaram os mercados de cereais. Analistas preveem que os mercados agrícolas podem enfrentar uma oferta mais restrita em 2024 devido aos efeitos climáticos associados ao El Niño, restrições à exportação e às crescentes demandas por biocombustíveis.