Os episódios que ocorreram na última quinta-feira (20) na Aldeia Limão Verde, em Amambai, estão longe de ter cessado a tensão e os conflitos naquela comunidade.
O Jornal A Gazeta entrou em contato com as partes envolvidas e há um clima de tensão dentro da reserva indígena por conta da disputa pela liderança.
Eleições realizadas no dia 03 de novembro último acabou elegendo o indígena Delfino Borvão com um voto de diferença (251 contra 250 de Oldeir Pavão).
Após denúncias de irregularidades, uma nova eleição aconteceu no dia 17 de novembro, dando a vitória a Oldeir Pavão com 560 votos contra 528 de Delfino. O resultado foi contestado por Delfino. Desde então, o clima permanece tenso, com duas lideranças se intitulando “capitães” da aldeia.
PROFESSOR AMARRADO E RODOVIA BLOQUEADA
Na última quinta-feira a tensão piorou quando Delfino, que é professor, acabou sendo amarrado e conduzido à casa de Oldeir, que ligou para a polícia pedindo a presença dela na aldeia.
De pronto a polícia militar foi até a aldeia e libertou o professor e o encaminhou para atendimento no hospital regional. Neste momento, aliados de Delfino trancaram a rodovia, pedindo a libertação de Delfino e punição aos responsáveis pela violência contra ele.
NESTE SÁBADO
No decorrer da tarde de sexta-feira e manhã deste sábado, o jornal A Gazeta falou com as duas lideranças responsáveis pela disputa que vem causando o clima tenso. Não há sinal de trégua.
O vereador Joanir Martins (PT) foi procurado pelo jornal A Gazeta para falar sobre o assunto. Na opinião do vereador, o conflito existe porque Delfino não aceitou a derrota na eleição. Delfino defende uma liderança compartilhada. Oldeir diz que não existe essa gestão compartilhada.
Neste sábado (22) novos fatos de violência dentro da aldeia foram relatados ao Jornal A Gazeta. O clima tenso está deixando os moradores da aldeia apreensivos e há risco de violência e também o trancamento da rodovia.
No final da tarde deste sábado, informações vindas da polícia militar é de que a Força Nacional esteve na aldeia e se deparou com a tensão. Após isso pediu a presença da polícia militar que mantém 4 viaturas fazendo rondas nas imediações.
Texto Clesio Damasceno
