Redação
A Unidade Regional de Perícia e Identificação de Amambai, vinculada à Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS), participou de um evento promovido pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) no dia 29 de agosto, com o objetivo de reivindicar melhorias para a categoria. O evento teve a presença de policiais civis, incluindo aposentados e pensionistas, que buscaram apoio dos deputados estaduais para interceder junto ao Governo do Estado.
Como resultado, na terça-feira, dia 3 de setembro, em reação às pressões sindicais, a ALEMS anunciou a criação de uma comissão temporária com três deputados estaduais para mediar as negociações salariais entre o Governo do Estado e a Polícia Civil. O objetivo da comissão é buscar uma solução para o impasse salarial.
Em entrevista ao Jornal A Gazeta, profissionais da Unidade Regional de Perícia e Identificação de Amambai, explicaram que, durante a primeira gestão do governador Reinaldo Azambuja, foi prometido que os salários da Polícia Civil estariam entre os seis mais altos do Brasil. No entanto, atualmente, a PCMS ocupa a 17ª posição em termos de remuneração. Os policiais destacaram também que, apesar do órgão ser um dos líderes nacionais em resolução de crimes, o governo estadual não tem proporcionado o reconhecimento adequado.
Entre as medidas recentes do governo está o auxílio saúde de R$ 1.800,00 destinado a delegados e fiscais da Agência Fazendária (Agenfa). No entanto, o governo afirma que não há orçamento disponível para melhorar os salários dos demais integrantes da Polícia Civil, como investigadores, escrivães, papiloscopistas, peritos criminais e médicos legistas. O governo propôs incorporar o auxílio alimentação de R$ 400,00 ao salário, mas os policiais argumentam que essa medida poderia resultar em descontos, reduzindo o valor líquido recebido, especialmente para os iniciantes na carreira.
A classe reivindica um reajuste do subsídio em 69%, necessário para atingir a sexta posição no ranking salarial, implantação do auxílio-saúde nos percentuais previstos para os delegados e reajuste do auxílio-alimentação para R$ 800, com base nos dados do DIEESE. Também pede a realização de um Concurso Público para preenchimento de 50 vagas para Peritos Criminais e 100 vagas para Peritos Médicos Legistas, bem como a criação de pelo menos oito cargos comissionados por Unidade Regional de Perícia e Identificação (URPI).
Para perseguir esses objetivos, o “Movimento Perícia Legal”, liderado pelo Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses de Mato Grosso do Sul (SINPOF-MS), uniu forças com o “Movimento Cumpra-se a Lei”, do Sindicato dos Policiais Civis de MS (SINPOL-MS) para contestar a proposta do Governo do Estado de parcelar um aumento salarial prometido de 18% ao longo de três anos. Em assembleia, o SINPOF-MS optou por realizar ações conjuntas com o SINPOL-MS para pressionar pela implementação da promessa.
Paralisação
O SINPOL-MS realizou uma paralisação nesta quinta-feira, dia 5, das 8h às 12h, para pressionar o governo a cumprir suas promessas. O sindicato afirma que a paralisação não afetou os serviços essenciais, como atendimento a crianças, idosos e casos de flagrante delito, e ressalta a importância do movimento para garantir melhores condições de trabalho e o devido reconhecimento do papel dos policiais civis na segurança pública do Estado.