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sábado, 23 de novembro de 2024

Cel. Sapucaia: Justiça interdita instituição por violar direitos de idosos

Desde o dia 10 de agosto, o Lar Cristo Redentor, em Coronel Sapucaia, está interditado por determinação da Justiça Estadual. A decisão atende a um pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, que há dois anos vem cobrando que a entidade atenda às exigências pactuadas com o MP.

A decisão judicial determina a interdição do Lar até que sejam preenchidos os requisitos legais para o funcionamento, além de suspender o acolhimento de novos idosos. No momento da interdição, o Lar atendia 57 idosos. Em vistoria ao local, o MP informou ter encontrado pessoas com deficiência menores de 60 anos, o que é vedado por lei.

Procurados pela reportagem do Jornal A Gazeta, os responsáveis pelo Lar afirmaram que a entidade existe há mais de 20 anos e não recebe apoio do poder público local, e que do Estado recebe uma quantia inferior a R$ 3 mil por mês.

O custo mensal da entidade ultrapassa R$ 20 mil, sendo mantida por meio de ajuda da comunidade e dos valores recebidos de alguns idosos atendidos que possuem benefícios como aposentadoria. O Lar conta com duas assistentes sociais, uma nutricionista, uma secretária, uma faxineira, um enfermeiro e cuidadores para prestar atendimento aos idosos. Atualmente, atende cerca de 31 idosos.

Para arcar com as despesas, conforme informações da direção, o custo de R$ 20 mil é coberto com recursos vindos dos idosos aposentados que pagam uma mensalidade. Além desse recurso, que mantém a equipe de profissionais, outras despesas, de cerca de R$ 10 mil por mês, são pagas por meio de promoções e campanhas organizadas pela direção, com doações de fraldas e roupas feitas pela sociedade, segundo informaram.

A direção ainda afirma que, em mais de 20 anos de atendimento, nunca houve uma denúncia de maus-tratos na entidade, e que os idosos recebem atendimento de qualidade, com banhos, local adequado para dormir e pelo menos seis refeições por dia, além de assistência 24 horas por dia, de segunda a segunda.

“Fomos pegos de surpresa pela decisão. Está certo que existem algumas necessidades de melhoria, mas sem apoio do poder público é impossível realizá-las. Contudo, estávamos prestando o atendimento que podíamos”, disse a responsável.

Outra queixa dos administradores é de que Coronel Sapucaia é um município carente e que o Lar precisa de um olhar mais empático por parte de toda a sociedade e das autoridades. Sem a ajuda do poder público, não há como manter a instituição.

Desde que a Justiça determinou a interdição, a direção informou que, gradativamente, os idosos estão sendo entregues às suas famílias e, atualmente, o Lar ainda conta com cerca de 15 idosos aguardando a locomoção. A entidade é mantida sob a responsabilidade da senhora Anita Montania e sua família.

Fonte: Grupo A Gazeta

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