A campanha de vacinação contra a gripe no país completa um mês nesta quinta-feira (25) com 23,51% do público-alvo imunizado (15,5 milhões dos 75,8 milhões de pessoas). Quando a ação terminar, em 31 de maio, o Ministério da Saúde espera adesão de, pelo menos, 90%. As menores taxas de vacinação até então foram registradas em estados como Mato Grosso do Sul, Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás, além do Distrito Federal.
Embora a campanha tenha sido oficialmente iniciada no final de março, as doses começaram a ser aplicadas alguns dias antes, à medida que os estados recebiam as primeiras unidades da vacina. Este ano, a campanha contra a influenza foi antecipada devido ao aumento da circulação de vírus respiratórios no país. O governo federal também adotou uma estratégia diferenciada para a Região Norte, imunizando a população entre novembro e dezembro, considerando as particularidades climáticas da região.
Entre os estados com maior taxa de vacinação, estão Rio Grande do Sul, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. A composição da vacina deste ano visa proteger contra os vírus da Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B, ressaltando a importância da imunização de todos os grupos prioritários para prevenir a disseminação da doença e reduzir os impactos na saúde pública.
Em nota enviada ao R7, o Ministério da Saúde informou que durante a Campanha de Vacinação contra a Influenza de 2024, a meta da pasta é atingir pelo menos 90% da adesão à vacinação em cada um dos grupos prioritários, que incluem crianças, gestantes, puérperas, idosos com 60 anos ou mais e povos indígenas.
“Devido a diferenças sazonais da doença, a campanha foi dividida em dois momentos: de 25 de março a 31 de maio, ela acontece nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Já na região Norte ocorre no segundo semestre, período do inverno amazônico e de maior circulação viral”, explicaram.
Ao ser questionado sobre as estratégias de vacinação, a pasta destacou a importância da estratégia de microplanejamento. Essa abordagem, realizada em conjunto com estados e municípios, tem como objetivo fortalecer e ampliar o acesso à vacinação, levando em consideração as diversidades regionais. O microplanejamento é uma ferramenta de planejamento contínuo que permite aos municípios organizarem-se de acordo com sua realidade local e direcionarem esforços para alcançar a cobertura vacinal desejada.
Quem pode se vacinar contra a gripe?
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
- Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos;
- Trabalhadores da saúde;
- Gestantes;
- Puérperas;
- Professores dos ensinos básico e superior;
- Povos indígenas;
- Idosos com 60 anos ou mais;
- Pessoas em situação de rua;
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
- Profissionais das Forças Armadas;
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
- Pessoas com deficiência permanente;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
- Trabalhadores portuários;
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).
Crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez deverão tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias.
A dose da vacina contra a gripe pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas, incluindo a da Covid-19. Essa proteção é crucial para evitar hospitalizações e óbitos. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 5% e 10% da população mundial é infectada pelo vírus Influenza anualmente, resultando em até 650 mil mortes.
No último dia 8, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 78 anos, foi vacinado em um evento realizado no Palácio do Planalto. Durante a ocasião, ele criticou as informações falsas sobre a vacinação e pediu que os brasileiros se vacinem.
A desinformação afeta a vacinação
Apesar dos esforços para promover a vacinação contra a gripe, a desinformação sobre a vacina ainda é um obstáculo, afirma Alberto Chebabo, médico infectologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
“A desinformação faz com que as pessoas não saibam qual a informação correta, colocando dúvidas sobre os benefícios da vacinação, reduzindo a confiança da população na gestão de saúde. Isso faz com que as pessoas deixem de procurar as Unidades para se vacinarem e reduz a cobertura vacinal. Na pandemia vivemos muito esse problema que causou estragos na cobertura vacinal de Covid-19, principalmente, na população pediátrica. E que foi contaminando a crença em todas as demais vacinas”, disse o infectologista.
Alguns mitos comuns incluem a crença de que a vacina pode causar a gripe, que a gripe não é uma doença grave e que a vacinação anual não é necessária.
“Muitas vezes, o adulto saudável pensa que tomar a vacina contra gripe não é importante, pois ele não necessariamente pertence a um grupo de risco. Porém, ele pode ter contato diário com familiares e amigos que pertencem a um grupo de risco, como idosos, crianças pequenas, pais com crianças pequenas e gestantes e, então, transmitir o vírus a eles.”