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domingo, 24 de novembro de 2024

Perdas de produtividade no milho preocupam produtores

Preços do milho estagnados no Brasil

Os preços do milho continuam estagnados no Brasil, segundo dados da análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). A média gaúcha fechou a semana em R$ 51,57/saco, enquanto as principais praças locais permaneceram em R$ 50,00. Já nas demais regiões brasileiras os preços oscilaram entre R$ 37,00 e R$ 55,00/saco. Vale destacar que, em muitas regiões, o milho safrinha vem enfrentando problemas climáticos no Centro-Sul brasileiro. Dentre elas estão o Paraná, o sul do Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo. Nessas áreas, as perdas de produtividade já são consideradas uma certeza pelos produtores. Já o milho verão estaria colhido em 82% da área no final de março, conforme a AgRural, sendo que no Rio Grande do Sul a mesma atingia a 76% da área, contra 72% na média histórica, de acordo com a Emater/RS.

Em tal contexto nacional, há recuo nas estimativas de colheita final brasileira de milho, com a safra de verão devendo alcançar 24 milhões de toneladas, incluindo o Norte/Nordeste, ou seja, 13,7% a menos do que o registrado no ano anterior. Já a segunda safra alcançaria 90,9 milhões de toneladas, ou seja, 16,3% abaixo do registrado no ano anterior. Assim, no total das duas safras o volume final chegaria a 114,9 milhões de toneladas, ou 15,8% abaixo do colhido no ano anterior. Em regiões do oeste do Paraná, há propriedades com 100% de perdas no milho e muitas com 50%, segundo a Datagro Grãos.

Para alguns analistas, a safrinha não passará de 85 milhões de toneladas neste ano. Com isso, a produção total do cereal, no Brasil, recuaria mais de 20 milhões de toneladas em 2023/24, de acordo com o Brandalizze Consulting. De forma geral, o mercado espera uma safrinha entre 85 e 96 milhões de toneladas. Além do clima, as pragas igualmente estão atacando os milharais de muitas regiões, tais como a cigarrinha e a mosca branca.

Enfim, segundo o Imea, o Mato Grosso deverá consumir 14,7 milhões de toneladas de milho, especialmente na fabricação de etanol. Este volume, se confirmado, será 6,3% superior ao realizado no ano anterior. Somente com a fabricação de etanol o volume poderá chegar a 11,6 milhões de toneladas. Por outro lado, a demanda de outros Estados, pelo milho mato-grossense, deverá cair 22,1% e ficar em 4,54 milhões de toneladas, assim como as exportações que devem recuar 18,3%, sendo estimadas em 24,4 milhões de toneladas. Dessa forma, a expectativa de demanda pelo milho do Mato Grosso foi reduzida em 12,1%, ficando em 44,5 milhões de toneladas em 2023/24. Mesmo assim, diante da redução na produção, o estoque final de milho, no Mato Grosso, deverá recuar para 785.170 toneladas, ou seja, 61,1% menor do que o registrado no final de 2022/23.

Já no Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul), o plantio da safrinha atingiu, neste início de abril, a 83,7% da área esperada, estando em linha com o ocorrido no ano anterior, sendo que 73% das lavouras estavam boas, 16% regulares e 10% ruins. No total, o Estado sul-matogrossense semeará uma área de 2,2 milhões de hectares, ou seja, 5,8% abaixo do registrado em igual momento do ano anterior. A produtividade média prevista é de 86,3 sacos/hectare, com redução de 14,2% sobre o ano anterior. Com isso, prevê-se uma colheita de 11,4 milhões de toneladas, ou seja, 19,2% abaixo do registrado no ano anterior.

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