O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrou estoques e área plantada de soja maiores do que o esperado, resultando em expectativas pessimistas para os preços no curto, médio e longo prazos, a menos que ocorra uma catástrofe climática nas safras dos EUA ou Brasil. De acordo com a TF Agroeconômica, altas pontuais no mercado interno, causadas por disputas entre exportadores e indústrias, devem ser aproveitadas imediatamente, pois a tendência geral é de queda para o restante da temporada.
A demanda da China aumentou ligeiramente, mas sua direção para a América do Sul não reduzirá os estoques americanos, incapaz de elevar os preços em Chicago ou internacionalmente. Os prêmios negativos de exportação indicam uma oferta muito maior do que a demanda.
Diante da análise apresentada, a recomendação é a seguinte: em primeiro lugar, sugere-se reduzir a área da próxima safra, atualmente em fase de planejamento, visando equilibrar a lucratividade a longo prazo. Em segundo lugar, é aconselhável aproveitar cada oportunidade de alta nos preços da soja ou nas cotações da CBOT para fixar preços ou vender o produto físico, dada a tendência geral de baixa esperada para 2024, com preços que dificilmente ultrapassam os níveis atuais.
Por fim, considerando a estabilidade ou queda nos preços, recomenda-se a venda o mais rapidamente possível e a aplicação do capital no mercado financeiro, aproveitando os juros mais altos, como uma estratégia para maximizar os ganhos antes de cumprir as obrigações financeiras. Qualquer sugestão diferente dessas estaria promovendo ilusões que, no futuro, apenas resultarão em frustrações.
Segundo a TF, não existem fatores de alta no curto prazo, a não ser uma catástrofe na soja norte-americana. “O que pode haver são pequenas tomadas de lucro eventuais, por parte dos Fundos, que devem ser aproveitadas pelos vendedores de soja, farelo e óleo ao longo do ano, porque, de resto, os preços estarão em queda, em direção ao seu leito natural de $ 10/bushel, ou próximo disto”, comenta.
“O avanço da comercialização da soja do Brasil e o início da colheita na Argentina devem pressionar os preços da soja em 2024, segundo relatório trimestral sobre commodities agrícolas do Rabobank, divulgado hoje. Além disso, o aumento da área plantada nos Estados Unidos deve confirmar a tendência baixista. A queda também vem sendo influenciada pelo aumento na produção da América do Sul”, conclui.