O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz sua primeira viagem internacional de 2024 a partir desta terça-feira de Carnaval (13). Ele embarca à noite da Base Aérea de Brasília para o aeroporto Amilcar Cabral, em Cabo Verde. De lá, segue para o Cairo, capital do Egito, onde terá compromissos na quarta-feira (14). A agenda prevê compromissos também na Etiópia. O objetivo é reforçar os laços do Brasil com o continente africano por meio de uma agenda comum pró-Sul Global, segundo integrantes do Ministério das Relações Exteriores.
Entre os temas que Lula deve tratar nas viagens estão combate à desigualdade e à fome, ampliação do comércio do Brasil com países africanos, transição energética, mudanças climáticas e reforma de determinadas instituições internacionais, ainda conforme informações de membros do ministério.
No Cairo, capital do Egito, Lula vai se encontrar com o presidente Abdel Fattah al-Sisi. A reunião acontece meses depois do apoio egípcio para a retirada de brasileiros e familiares da Faixa de Gaza, pelo conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel.
No ano passado, Lula conversou por telefone com o líder egípcio e defendeu a criação de uma espécie de corredor humanitário para a saída dos estrangeiros da região, o que foi atendido.
Segundo o Itamaraty, está prevista também uma possível visita à Liga Árabe, grupo de países árabes que tem sede em Cairo. Na sequência, Lula vai para Adis Abeba, capital da Etiópia, para participar da reunião de chefes de Estado e de governo da União Africana. Desde 2023, a organização internacional é membro permanente do G20, grupo que reúne as 19 economias mais ricas do mundo e a União Europeia.
Na Etiópia, o presidente vai ter reuniões bilaterais com autoridades e vai participar, como convidado, da Assembleia da União Africana, entidade que representa os cerca de 50 estados do continente. Devem participar da agenda o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. A expectativa do Itamaraty é de que Lula se reúna com ambos durante os dias 17 e 18 de fevereiro.
O G20 é presidido pelo Brasil neste ano. O país vai ser o anfitrião da cúpula de chefes de Estado do grupo, previsto para acontecer em novembro, no Rio de Janeiro. O lema da gestão é “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, com foco no combate à fome, à pobreza e à desigualdade; na reforma da governança global; e em dimensões do desenvolvimento sustentável — econômica, social e ambiental.
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“A maior participação de países em desenvolvimento nas decisões dos organismos internacionais é uma aspiração importante, não só do Brasil, mas também dos africanos, dos países em desenvolvimento em geral, e os africanos são um corpo de vozes e votos importante”, afirmou o secretário de África e de Oriente Médio do Itamaraty, embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte.
O secretário do Itamaraty argumentou que a viagem tem um caráter mais político. “Essas visitas procuram, e certamente serão bem sucedidas, reforçar esses elementos da política externa brasileira, em termos de reinserção e de participação direta em soluções para essas questões ambientais e econômicas internacionais. Mas também em relação à prioridade África, esse continente que ainda é relativamente pouco explorado do ponto de vista econômico, do ponto de vista comercial, mas que tem tantos vínculos com o Brasil”, disse.