A produção nacional de cevada no Brasil enfrentou um revés significativo em 2023, com uma queda prevista de 17,3%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os estados líderes na produção, Paraná e Rio Grande do Sul, foram afetados por condições climáticas adversas, impactando diretamente a safra.
A Nottus, empresa de inteligência de dados e consultoria meteorológica, revelou que o inverno chuvoso no Paraná e o excesso de chuva durante a colheita no Rio Grande do Sul foram os principais culpados pela redução na produção de cevada. Alexandre Nascimento, sócio-diretor e meteorologista da Nottus, destaca que a indústria cervejeira enfrenta desafios significativos, exigindo estratégias adaptativas e inovação para manter a oferta e a competitividade.
Enquanto isso, o aumento das temperaturas globais está transformando os hábitos de consumo, impulsionando o consumo de cerveja. Estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) indicam um aumento de até 40% no consumo de cerveja devido às altas temperaturas. A chegada do verão e as festas de fim de ano são esperadas para impulsionar ainda mais essa tendência.
O contraste entre a redução na produção de cevada e o aumento na demanda por cerveja evidencia os desafios enfrentados pela indústria. O clima adverso impacta a colheita e a qualidade do grão, enquanto o aumento das temperaturas impulsiona o consumo, resultando em eventos climáticos que podem influenciar os custos de produção e os preços finais para os consumidores.
No entanto, há otimismo para a próxima safra, com a previsão de término do El Niño no primeiro trimestre de 2024, o que pode proporcionar condições climáticas mais favoráveis para o cultivo da cevada.