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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Nitrato de amônio exige atenção no armazenamento no Brasil

O Nitrato de amônio, amplamente utilizado como fertilizante em diversas culturas, revela um alto potencial explosivo muitas vezes negligenciado. A substância, comum em plantações de café e soja no Brasil, tem histórico global de acidentes quando exposta a pressão ou calor. A falta de legislação específica no país sobre o armazenamento desse produto pode representar um perigo invisível em grandes empresas dos setores industriais e do agronegócio. Entretanto, soluções estruturais podem minimizar os riscos, e especialistas alertam para a necessidade de atenção e cuidados no manuseio dessa substância.

“Há desconhecimento do perigo dessa substância”, comenta Felipe Capucci, Gerente de Projetos da Gerolin Engenharia. “Quando aquecido, o Nitrato de amônio entra em decomposição, liberando Nitrogênio, oxigênio e água, podendo produzir uma onda de choque. O Nitrato de amônio decompõe muito rápido”, acrescenta. A rapidez da decomposição torna essencial a implementação de medidas preventivas já na engenharia de fábricas e armazéns.

Um exemplo marcante de consequências devastadoras relacionadas ao nitrato de amônio ocorreu em Beirute, em 2020. Uma megaexplosão na zona portuária foi seguida pelo incêndio em um armazém que continha mais de duas mil toneladas da substância, sem medidas de segurança adequadas. O evento trouxe à tona a importância global de adotar práticas seguras no armazenamento desse composto.

O Brasil carece de legislação específica sobre o armazenamento de nitrato de amônio, observa Capucci. Muitos projetos de engenharia seguem normativas do Corpo de Bombeiros, mas medidas adicionais podem ser tomadas para garantir ambientes mais seguros. Isolar parte do material químico e implementar técnicas de resfriamento em caso de aquecimento são algumas estratégias recomendadas.

“A melhor forma de combater acidentes é aprimorar os projetos de engenharia pensando em prevenção, em estruturas que não comprimam o material, e estruturar formas de combater em caso de incêndio”, destaca o especialista. Apesar da falta de regulamentação específica, normas internacionais, como a NFPA 400, podem servir como referência para estabelecer requisitos mínimos de segurança.

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