2006-11-30 22:56:00
Vilson Nascimento
Após montar campanha por horas em uma mata, uma equipe da Polícia Civil de Tacuru prendeu em flagrante, na terça-feira da semana passada, dia 21, sob acusação de fornecer bebida alcoólica a indígenas, o comerciante Evangelista Antônio de Oliveira de 51 anos, proprietário de um pequeno boteco às margens do Rio Jogui, a cerca de 200 metros da reserva indígena Sassoró, sitiada a 30 quilômetros da cidade em Tacuru.
Segundo o delegado de Polícia Civil de Tacuru, Dr. Humberto Peres Lima, que comandou pessoalmente as investigações, a campana na região do estabelecimento comercial de Evangelista foi realizada depois de várias denúncias que o comerciante, que segundo a polícia já é reincidente nesse tipo de crime, continuava vendendo bebida alcoólica a indígenas.
Diante das informações e devido ao grande número de ocorrências, principalmente de violência que vem acontecendo dentro da reserva indígena por conta do consumo de bebida alcoólica, os policiais montaram a operação e depois de mais de três horas de campana, abordaram um grupo de indígenas que havia acabado de deixar o estabelecimento do acusado com dois “corotes” de aguardente.
Segundo os policiais, no ato da abordagem os indígenas não tinham comprado a pinga, mas sim ganhado de Evangelista como pagamento por um serviço prestado, o que também é crime, segundo a legislação em vigor. Ao ser preso pelos policiais o comerciante foi enquadrado em três crimes, fornecimento de bebida alcoólica a indígenas, corrupção de menores, já que havia um menor de 14 anos trabalhando como balconista em seu estabelecimento e que, inclusive, teria passado a aguardente aos indígenas por determinação de Evangelista e crime ambiental, já que os policiais encontram no estabelecimento do comerciante um moto serra sem documentação.
Evangelista que morava com dois filhos menores e o adolescente de 14 anos que seria seu funcionário no estabelecimento comercial foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Tacuru onde foi autuado em flagrante e encaminhado para a cadeia pública de Iguatemi onde passou à disposição da Justiça. Já os filhos do comerciante e o adolescente retido em seu estabelecimento comercial foram encaminhados aos cuidados do Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente para serem tomadas as providencias cabíveis.
