OMS aconselha sexo seguro após visita a áreas com zika

2016-05-31 15:03:00

Pessoas que retornarem de áreas com transmissão do víris da zika devem seguir práticas de sexo seguro ou se abster de relações sexuais por ao menos oito semanas, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (31), dobrando o período recomendado anteriormente de quatro semanas.

Segundo as orientações revisadas, se antes ou durante esse período forem observados sintomas de infecção por zika, como febre, erupções na pele, conjuntivite e dores musculares leves, o homem deve praticar sexo seguro ou abstenção sexual por seis meses. A recomendação também serve para as mulheres, que devem evitar a gravidez pelo mesmo período caso o parceiro apresente os sintomas.

Em caso de gravidez de pessoas que vivem ou estão voltando de área de risco, a OMS recomenda sexo seguro por todo o período gestacional.

Vírus da zika é transmitido pelo Aedes aegypti (Foto: REUTERS/Alvin Baez)

Na segunda-feira (30), em um relatório interino sobre o estado da emergência e a resposta mundial ao zika, a Organização lamentou a falta de dinheiro para combater o vírus.

Apenas US$ 2 milhões dos US$ 17 milhões solicitados pela Organização Mundial da Saúde para combater a epidemia no mundo foram doados pela comunidade internacional.

Apesar dos riscos, o chefe do comitê de emergência e chefe do painel independente de especialistas sobre zika da OMS, David Heymann, acredita a data da Olimpíada do Rio de Janeiro deve ser mantida. De acordo Heymann, adiar o evento temendo que ele possa acelerar a disseminação do vírus da zika iria dar uma "falsa" sensação de segurança, já que turistas estão constantemente entrando e saindo do Brasil.

"Pessoas entram e saem do Brasil todo o tempo para férias, negócios, para tudo. E para a Olimpíada são menos viagens, seria uma viagem só. Acontece nos meses de inverno, quando, esperamos, a transmissão (do vírus) seja menor", disse Heymann à Reuters.

"Então é somente uma falsa segurança dizer que irão adiar a Olimpíada e adiar a globalização desta doença", completou.