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Lula diz que já provou inocência e pede fim da "palhaçada"

2017-06-02 06:50:00

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (1º), ao discursar na abertura do 6º Congresso Nacional do PT, em Brasília, que já provou a inocência e pediu o fim da "palhaçada" das acusações contra ele.

Lula é réu no âmbito das operações Lava Jato e Zelotes. O Ministério Público Federal o acusa, por exemplo, de ter sido beneficiado com o esquema de corrupção que atuou na Petrobras, o que o ex-pesidente sempre negou.

"Eu não quero que vocês se preocupem com meu problema pessoal. Esse, eu quero decidir com o representante do Ministério Público, da Lava Jato. Quero decidir com eles. Eu já provei minha inocência, agora vou exigir que eles provem minha culpa, porque cada mentira contada será desmontada", disse o ex-presidente.

"Eu e Dilma temos até conta no exterior. Eu nem sabia que ela tinha e ela não sabe que eu tenho. Um canalha diz que fez uma conta para mim e uma para a Dilma, mas que está no nome dele. E ele mexe com a grana. Então, é o seguinte: chegou o momento de parar com a palhaçada nesse país. Esse país não comporta mais viver nessa situação de achincalhamento e o Partido dos Trabalhadores tem de dar uma resposta clara para a sociedade", acrescentou Lula.

No congresso do PT, que irá até sábado (3), o partido elegerá o novo presidente nacional da sigla. Até a noite desta quinta, havia três candidatos: os senadores Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ), além de um nome ligado ao movimento negro, José de Oliveira.

Além disso, será debatido no congresso do PT um documento em que o partido critica a Operação Lava Jato, que ajudou a instalar uma "justiça de exceção" com o "objetivo de destruir o PT" e o ex-presidente Lula.

Entre os presentes ao ato estavam a ex-presidente Dilma Rousseff, os governadores Wellington Dias (PI) e Fernando Pimentel (MG), os ex-ministros Jaques Wagner e Edinho Silva, deputados e senadores.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro deste ano, foi homenageada no evento.

Durante o evento, a plateia entoou gritos de "Fora, Temer!" e "Diretas Já!".

2018

Em um determinado momento do discurso, Lula disse que 2018 está "logo aí". "Se a esquerda for para a disputa com discurso preparado, a gente vai voltar a governar esse país", afirmou.

Em seguida, fez um apelo aos integrantes do congresso do PT para que deixem as disputas internas de lado e pensem na elaboração de um programa "factível" e que possa ser executado.

Lula ponderou, ainda, que, nas autocríticas, os delegados não devem focar somente no que o partido deixou de fazer, mas no que foi feito. "O que a gente tem que avaliar não é o que deixou de fazer, porque a gente deixou de fazer muita coisa, mas nunca ninguém fez tanto como nós", afirmou.

Por fim, Lula ainda fez críticas ao presidente Michel Temer, afirmando não ser possível imaginar que o Brasil conseguirá resolver os problemas com um presidente "ilegítimo", que tudo o que faz é "cortar investimento".

Dirceu e Vaccari 'guerreiros'

Durante o discurso, a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR), fez uma saudação ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e entoou, assim como a plateia, o grito de "Dirceu guerreiro do povo brasileiro!".

Um dos nomes mais fortes no primeiro mandato de Lula como presidente, José Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal Federalno julgamento do mensalão e preso. No âmbito da Lava Jato, o ex-ministro também foi preso por suspeita de envolvimento no esquema que atuou na Petrobras – ele foi solto no mês passado.

Em seguida, o atual presidente do PT, Rui Falcão, também chamou Dirceu de "guerreiro do povo brasileiro", assim como o ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto.

Preso na Lava Jato em abril de 2015, Vaccari foi absolvido em abril deste ano no caso que envolve um apartamento em Guarujá (SP) que, segundo a Lava Jato, pertence a Lula, o que o presidente nega.

Dilma

Também presente ao evento, a ex-presidente Dilma fez um discurso de cerca de meia hora. À plateia, ela defendeu que haja eleições diretas no país. "Não haverá pactuação no nosso país sem eleições diretas. Não porque tenhamos o melhor candidato, porque perder eleição não é vergonha. Vergonha é ganhar no tapetão, sem voto", afirmou.

E acrescentou: "Estamos vendo o aumento de medidas de exceção. Daí, precisamos das diretas já por uma questão de sobrevivência do país, enquanto país sério e institucional".

Dilma também fez referência a uma eventual candidatura de Lula e disse esperar que ele não seja inviabilizado.

"Nós sabemos que todo cidadão tem direito de ser candidato. O que nós queremos é que não inviabilizem o nosso presidente Lula em qualquer processo eleitoral. Não estou dizendo que é algo garantido uma vitória, mas que tem que ser garantido o direto de qualquer cidadão competir", disse.

Como fazia na Presidência, Dilma voltou a dizer que sofre perseguição política. Ela afirmou também que é cobrada a apresentar o que chamou de "prova diabólica". Segundo ela, significa provar que não tinha conhecimento do que acontecia, em uma referência à Operação Lava Jato.

"Há, sistematicamente, uma tentativa de nos criminalizar. E tem várias formas de nos criminalizar. Uma delas é [dizer]: 'Eles sabiam'. Isso é a prova diabólica porque, para provar que não sabia, tem que saber aquilo que não sabia. Como você prova o que não sabe? A prova diabólica era muito usada na Inquisição", disse.

Documento

O documento que servirá de base para o 6º Congresso Nacional do PT afirma haver uma "verdadeira caçada política" a Lula para impedi-lo de se candidatar nas próximas eleições.

A legenda acrescenta, ainda, que Lula é o único com condição de revogar as mudanças adotadas pelo governo Michel Temer, chamado de "golpista" e "usurpador".

Ainda sobre Temer, o documento faz duras críticas às políticas econômicas, como o teto para os gastos públicos, e às reformas trabalhista e da Previdência Social.

O documento faz, também, uma observação sobre o congresso ocorrer em meio à maior crise política do governo Temer, em razão das delações da JBS.

Eleições diretas e autocrítica

Em outro trecho do documento, o partido defende a realização de eleições diretas e afirma que, em caso de eleição indireta, não irá votar no Colégio Eleitoral.

Pelas regras atuais, se Temer deixar a Presidência, por estar nos últimos dois anos do mandato, a escolha do sucessor será feita somente pelos deputados e senadores.

O documento apresenta, por fim, um balanço dos governos petistas e faz uma autocrítica, ressalvando que houve "erros" e "insuficiências".

"Ao realizar o balanço deste período, não podemos deixar de enfatizar nossos êxitos. Não porque não tenhamos cometido erros, tampouco porque tenhamos sido exitosos em tudo. Aliás, se fosse assim, o golpe não teria ocorrido e viveríamos no socialismo", afirma o texto.

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