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sexta-feira, 29 de março de 2024

Polícia Civil incinerou mais de 13 toneladas de drogas em Amambai

2017-11-22 16:53:00

Vilson Nascimento

Com apoio para segurança e transporte de militares do Exército Brasileiro lotados no 17º RC Mec, a Polícia Civil  incinerou nessa quarta-feira, 22 de novembro, mais de 13 toneladas de drogas, em Amambai.

Os entorpecentes, entre eles 70 quilos de cocaína e o restante predominantemente maconha, foram frutos de apreensões realizadas em rodovias, estradas vicinais e na cidade pela PRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual), pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) pela Polícia Militar e pela própria Polícia Civil, de julho deste ano para cá.

No final do mês de junho a Polícia Civil já havia incinerado em Amambai outras 30 toneladas de entorpecentes, em uma das maiores incinerações já realizadas no município.

A incineração dessa quarta-feira, que também resultou na destruição de cerca de 800 quilos de drogas apreendidas em Tacuru e mais cerca de 400 resultados de apreensões em Coronel Sapucaia, fronteira com o Paraguai, foi realizada na caldeira de uma cooperativa agrícola instalada no município.

O trabalho de destruição do entorpecente foi coordenado pelo delegado titular de Polícia Civil em Amambai, Dr. Mikaill Alessandro Gouveia Faria e acompanhado pelo delegado adjunto local, Dr. Fabrício Dias dos Santos, pelo Ministério Público e pela Vigilância Sanitária do município.

Rota do tráfico

O município de Amambai, distante 45 quilômetros da fronteira, está localizado em uma rota estratégica usada pelos traficantes para o escoamento da produção, sobretudo de maconha, que sai da região de Capitan Bado, no Paraguai, apontada pela Polícia Federal como uma das maiores produtoras da droga na América Latina, para abastecer mercados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e de cidades da região sul do País.

Prisões e apreensões

Por conta disso o município também regista um dos mais altos índices de prisões e apreensões em flagrante pelo crime de tráfico de drogas do Estado, bem como de apreensões de veículos relacionados a atividade ilícita.

Dos aproximados 180 detentos recolhidos hoje na Penitenciária de Amambai (PAM), cerca de 80% foram presos por envolvimento com o tráfico de drogas, segundo a direção do presídio.

O pátio e os arredores da Delegacia de Polícia Civil de Amambai estão abarrotados com centenas de veículos entre carros de passeio, caminhonetes e caminhão apreendidos e noventa por cento dessa flora está diretamente relacionada ao narcotráfico, segundo a polícia.

Quando não são veículos apreendidos transportando a própria droga, que são a maioria, são carros roubados ou furtados, com chassi e sinais de identificação adulterados, ou até mesmo os chamados “dublês” ou fruto dos chamados “golpes do seguro”, que foram apreendidos quando eram trazidos para a região de fronteira com o Paraguai, principalmente Capitan Bado, para serem trocados por drogas e a  maior parte carregado com maconha, para retornar ao Brasil levando o entorpecente para os grandes centros do País.

Sobrecarga no Judiciário

O grande volume de prisões e apreensões (no caso de menores de idade), relacionados ao crime do tráfico de drogas também acaba sobrecarregado o trabalho do Poder Judiciário, em Amambai.

Hoje a Comarca local conta, segundo levantamentos do Ministério Público, com 18 mil processos em trâmites para apenas dois juízes.

Os casos de tráfico os réus presos em flagrante tem que ser submetidos à audiência de custódia logo após a prisão, fator que faz com que o juiz tenha que deixar de analisar outros processos para proceder a audiência.

Como na maior parte dos casos de tráfico a pessoa detida tem o flagrante revertido em prisão preventiva durante a audiência de custódia, o suposto traficante acaba, mais uma vez, provocando sobrecarga no Judiciário, já que processos com réus presos sobrepõem aos demais em relação a preferência.

A 10ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS) com sede em Amambai, o Ministério Público, o Poder Público Municipal e segmentos da sociedade local vem intensificado a cobrança para que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) instale a já criada 3ª Vara na Comarca e Amambai, que abrange também o município de Coronel Sapucaia.

A cobrança é pela instalação de uma vara criminal, fator que segundo a OAB e o MP, aliviaria a demanda das outras duas varas que passaria atuar somente nos processos cíveis, entre outros.

Em entrevista ao A Gazetanews durante visita a Amambai essa semana o governador de Mato Grosso do Sul, Renaldo Azambuja, disse que após receber pedido de apoio do prefeito, dos vereadores e de segmentos da sociedade amambaiense, encaminhou reivindicação à presidência do TJ/MS pela criação da 3ª Vara em Amambai.

“O presidente do Tribunal de Justiça acolheu essa nossa reivindicação”, disse o governador ao ressaltar que acredita que a solicitação das autoridades e da sociedade de Amambai deverá ser atendida pelo Poder Judiciário Sul-mato-grossense com a posse de novos juízes aprovados em concurso.

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