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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Operação contra fraudes no FGTS e seguro-desemprego prende 70

2017-05-18 13:15:00

Ex-funcionários da Caixa e ex-agentes e agentes do Sine são suspeitas de fazer parte da organização criminosa desarticulada nesta quinta-feira (18), durante a operação Stellio da Polícia Federal. Conforme as investigações, cada um tinha uma função no grupo. Os ex-funcionários do banco liberavam Cartões do Cidadão para que os membros da organização fizessem saques fraudulentos do seguro-desemprego. A informação foi dada pelo delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários e responsável pela investigação, Luiz Felipe Felipe da Silva. A PF também constatou fraudes contra o FGTS e empresas de consórcios.

Ao todo, 136 mandados foram cumpridos em sete estados, sendo 70 de prisões. No Tocantins, 30 pessoas foram presas. Duas eram funcionárias da Caixa e duas do Sine. O chefe da quadrilha foi capturado em Goiânia. O principal auxiliar dele foi preso em uma casa, em Palmas. A suspeita é que o grupo tenha causado um prejuízo de R$ 320 milhões.

A polícia informou que, com o dinheiro fraudado, o grupo fazia lavagem de dinheiro, comprando propriedades rurais, gado e outros bens de alto valor, como casas e carros luxuosos. Um camaro foi apreendido em Santa Catarina.

O delegado detalhou o funcionamento da organização. A fraude no seguro-desemprego era o maior foco do grupo.

“Eles cooptavam os agentes credenciados do Sine, conseguiam a senha, entravam no sistema e faziam as inserções de requerimentos de seguro-desemprego fraudulentos. Também arregimentavam laranjas, muitos do Tocantins, e de outros estados para sacar os valores”, explicou. As fraudes foram constatadas entre os anos de 2014 e 2015.

Os ex-funcionários da Caixa são suspeitos de repassar para a organização os cartões-cidadão. Desse modo, os membros da organização conseguiam retirar os valores. Segundo a PF, funcionários que trabalhavam nos caixas também permitiam que membros da organização fizessem os saques. No Pará, a polícia apreendeu 300 cartões com um suspeito.

 

A PF informou que 14 agentes e ex-agentes do Sine foram presos, sendo que dois são do Tocantins, sete de Goiás e cinco do Maranhão. Dos funcionários da Caixa presos, dois são do estado e um do Maranhão.

 

"Polícia"Polícia

Polícia Federal desarticula esquema que fraudava seguro-desemprego e FGTS (Foto: Jesana de Jesus/G1)

 

FGTS

 

Em relação às fraudes no FGTS, o delegado disse que os criminosos obtiam dados da empresa e informações sobre os empregados. Depois, conseguiam acesso ao canal eletrônico da Caixa e liberavam o FGTS dos trabalhadores, além disso falsificavam documentos para fazer os saques.

Silva disse ainda que uma construtora tocantinense foi alvo da organização. “Teve uma grande construtora do Tocantins, que eles pegaram uma relação de empregados de uma obra bem considerável, e sacaram o FGTS de todos eles”, contou. O delegado não informou a quantidade de funcionários vítimas da quadrilha.

 

Consórcios

 

Em relação às fraudes contra empresas de consórcios, o delegado disse que os criminosos conseguiam a senha do grupo de empresas que promoviam consórcios e verificavam quais tinham sido encerrados. Em seguida, identificavam quais valores os clientes tinham para sacar, abriam conta no nome deles e sacavam o valor de forma antecipada. O prejuízo era tanto para os clientes, quanto para as empresas.

“A PF passou a investigar esta modalidade porque, para permitir essas fraudes, eles fizeram a abertura de diversas contas com documentos falsos na Caixa, que comunicou posteriormente a polícia. Identificamos que era o mesmo grupo, a mesma organização criminosa”.

Segundo o chefe da Assessoria de Pesquisa e Estratégia da Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho, João Nayfor, a fraude no desemprego é uma das grandes preocupações do órgão. "Tanto que em dezembro do ano passado foi contratada uma ferramenta antifraude que faz diversos cruzamentos de dados e identifica requerimentos considerados fraudulentos”.

Conforme dados do Ministério do Trabalho, de dezembro do ano passado até esta quarta-feira (17), foram identificados 24.237 pedidos de seguro-desemprego considerados fraudulentos, um total de R$ 135,600 milhões bloqueados.

 

Resposta

 

Em nota, a Secretaria do Trabalho e Assistência Social (Setas) esclarece que a secretária Patrícia Rodrigues do Amaral não foi comunicada oficialmente se existem servidores estaduais envolvidos nas acusações.

Informou ainda que fez um levantamento em todos os Sines administrados pelo Setas e ficou constatado que os servidores que trabalham nos departamentos citados na operação compareceram aos seus postos de trabalho normalmente nesta quinta-feira.

Por fim, disse que condena qualquer fraude ou ato ilícito na administração pública, e caso, haja envolvimento dos servidores estaduais, a Setas coloca-se à disposição da Justiça para as investigações.

 

Entenda

 

Ao todo estão sendo cumpridos 136 mandados judiciais nos estados do Tocantins, Goiás, Pará, Maranhão, Roraima, Paraná e Santa Catarina, sendo 56 mandados de busca e apreensão, 10 de condução coercitiva, 9 prisões preventivas e 61 prisões temporárias.

A Justiça também determinou a indisponibilidade financeira de 96 pessoas suspeitas de fazer parte do grupo para ressarcir o erário público pelos prejuízos.

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