2018-01-12 10:02:00
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta quinta-feira (11), uma série de mudanças em políticas de financiamento da instituição.
Uma das alterações foi a classificação do porte das empresas. O limite máximo de faturamento das pequenas empresas (MPMEs) subiu de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões.
Além disso, a ideia agora é que o BNDES possa financiar até 100% do valor de máquinas e equipamentos adquiridos por micro, pequenas e médias empresas.
"Se a gente não faz isso as empresas não se recuperam", disse o diretor do banco, Carlos da Costa.
"Para empresas grandes o salto pode até não ser tão grande. Agora para empresas menores será diferente. A gente tem certeza que essa mudança terá um impacto para a micro e pequena empresa brasileira", comentou.
O banco afirma que mantém como prioridade em 2018 o investimento em projetos nas áreas de infraestrutura, saneamento, ferrovias e mobilidade urbana.
Além disso, a instituição também pretende identificar potenciais clientes que possam tomar crédito para projetos em áreas que estejam colhendo bons resultados.
"Nós financiamos projetos e não empresas. É uma ótica de desenvolvimento e não de distribuição de renda", afirmou Costa.
Capital de giro
O banco também anunciou que prorrogou a vigência do BNDES Giro, que supre a necessidade de capital de giro das empresas, para até 31 de dezembro de 2018.
O orçamento é de R$ 32 bilhões, sendo R$ 27 bilhões para operações indiretas e R$ 5 bilhões para operações diretas. Esse apoio é muito relevante porque os tomadores do BNDES Giro são principalmente MPMEs.
Fim de limite a dividendos
Além disso, o BNDES decidiu encerrar o limite de 25% de distribuição de lucro de empresas como dividendos a acionistas como critério para concessão de financiamentos, afirmou Costa.
Pela regra anterior, para tomar um empréstimo no banco, a empresa ficava impedida de distribuir mais do que 25% de seus lucros em dividendos e o valor do empréstimo não podia representar mais do que 5% do ativo total da empresa.
TLP
O apoio do BNDES a projetos de investimento terá dois níveis de participação máxima com a Taxa de Longo Prazo (TLP), nova taxa de juros do banco, que acompanha oscilações de mercado.
Para projetos prioritários do banco, o financiamento pode chegar a 80% com custo em TLP. Já nas linhas padrão, os projetos terão participação máxima de até 60%.
No caso de financiamentos à aquisição de bens e serviços importados, sem similar nacional, que tenham a TLP como referência, será vedado o uso de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), informou o banco.
A TLP passou a corrigir os empréstimos do banco ao setor produtivoa partir de janeiro deste ano.
A expectativa da equipe econômica é que, com o passar do tempo, a TLP represente juros mais próximos aos praticados no mercado financeiro, o que representará o pagamento de menos subsídios por parte do governo federal.