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sexta-feira, 19 de abril de 2024

SP e outras 10 cidades do mundo que podem ficar sem água

2018-02-11 17:02:00

"Copo

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GETTY IMAGES

Image captionUm quarto das principais cidades do mundo enfrentará problemas hídricos

A Cidade do Cabo enfrenta uma situação nada invejável como a primeira grande cidade da era moderna a ficar sem água potável. No entanto, esse é apenas um exemplo extremo de um problema sobre o qual especialistas vêm alertando há muito tempo: a escassez de água.

Apesar de cobrir 70% da superfície do planeta, a água doce, especialmente a potável, não é tão abundante assim: responde por só 3%. Mais de 1 bilhão de pessoas enfrentam problemas de acesso a ela, e, para 2,7 bilhões, ela falta ao menos um mês por ano.

Uma pesquisa com as 500 maiores cidades do mundo, publicada em 2014, estima que uma em cada quatro estão em uma situação de "estresse hídrico", como define a Organização das Nações Unidas (ONU) quando o abastecimento anual cai abaixo de 1,7 mil m³ por pessoa.

De acordo com projeções chanceladas pela ONU, a demanda por água doce vai superar o abastecimento em 40% em 2030, graças a uma combinação entre as mudanças climáticas, a ação humana e o crescimento populacional.

Não é uma surpresa, portanto, que a situação na Cidade do Cabo seja apenas a ponta do iceberg. Em todos os continentes, grandes centros urbanos enfrentam essa escassez e correm contra o tempo em busca de uma solução. Conheça a seguir outras 11 cidades que podem ficar sem água.

São Paulo

A capital paulista passou por uma situação dramática em 2014 e 2015, quando seu principal conjunto de reservatórios, o sistema Cantareira, atingiu seu menor nível da história. A Sabesp, companhia paulista de abastecimento, passou a puxar a água que ficava abaixo dos canos de captação, no chamado "volume morto", e reduziu a pressão nas bombas – o que fez com que partes da cidade ficassem desabastecidas. Também houve campanhas para a redução do consumo.

"ReservatórioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNo auge da última seca, a paisagem nos reservatórios de São Paulo era desoladora

Em dezembro de 2015, com a volta das chuvas, o Cantareira saiu finalmente do "volume morto".

O governo paulista atribuiu a crise à forte seca que atingiu a região, mas uma missão da ONU criticou as autoridades estaduais por "falta de investimentos e planejamento adequados".

Nos últimos anos, a situação das represas melhorou, mas especialistas afirmam que a possibilidade de uma nova crise segue presente.

Bangalore

Autoridades da cidade indiana tiveram problemas para lidar com a expansão imobiliária após Bangalore tornar-se um centro de tecnologia e enfrentam dificuldades para cuidar dos sistemas hídrico e de saneamento.

"PollutedDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs lagos de Bangalore são muito poluídos

O encanamento antigo precisa de uma reforma urgente: um relatório do governo federal revelou que a cidade desperdiça metade de sua água potável.

Como a China, a Índia tem sérios problemas de poluição em seus cursos d´água, e Bangalore não é diferente: um inventário dos lagos da cidade revelou que 85% tinham água que poderia ser usada apenas para irrigação e resfriamento industrial. Nenhum tinha água potável ou adequada para banho.

Pequim

O Banco Mundial classifica como situação de escassez hídrica quando moradores de uma determinada localidade recebem menos de 1 mil m³ de água por pessoa. Em 2014, os mais de 20 milhões de habitantes de Pequim receberam apenas 145 m³.

"CabrasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAs secas deixaram os leitos de curso d'água visíveis nos arredores de Pequim

A China abriga 20% da população mundial, mas tem apenas 7% da água doce do mundo. Um estudo da Universidade de Columbia (EUA) estima que as reservas do país caíram 13% entre 2000 e 2009.

Também há a questão da poluição: dados oficiais de 2015 mostram que 40% da água de superfície de Pequim estava poluída a ponto de não poder ser usada nem para a agricultura nem pela indústria.

Autoridades chinesas tentaram lidar com o problema com projetos de desvio de cursos d'água e programas educacionais. Também aumentaram os preços para indústrias com grande demanda hídrica.

Cairo

Crucial para o desenvolvimento de uma das grandes civilizações do passado, o rio Nilo está enfrentando problemas nos dias de hoje. É a fonte de 97% da água do Egito, mas também o destino de uma quantidade crescente de resíduos agrícolas e residenciais sem tratamento.

"PoluiçãoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO Nilo atende 97% da demanda por água do Egito

A Organização Mundial da Saúde aponta que o Egito é o oitavo país do mundo em mortes ligadas à poluição hídrica entre os países com renda de nível médio-baixa (quando a renda nacional bruta per capita fica entre o equivalente a R$ 3.335 e R$ 13.113).

A ONU estima que o país sofrerá com crises hídricas graves em 2025.

Jacarta

Como muitas cidades costeiras, a capital da Indonésia enfrenta a ameaça da elevação do oceano – cerca de 40% da cidade agora está abaixo do nível do mar, segundo o Banco Mundial.

"ÁreaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA perfuração ilegal de poços tem deixado a capital da Indonésia mais vulnerável a inundações

Mas, em Jacarta, o problema piorou com a ação humana: com mais da metade dos 10 milhões de habitantes sem acesso a água encanada, a perfuração ilegal de poços prolifera e esvazia as reservas subterrâneas.

A situação é agravada pelo fato de os aquíferos não serem reabastecidos pelas fortes chuvas, porque o concreto e o asfalto impedem que a água seja absorvida pelo solo.

Moscou

Um quarto das reservas de água doce do mundo estão na Rússia, mas o país enfrenta sérios problemas de poluição por conta do legado industrial da era soviética. Isso é especialmente preocupante para a capital, Moscou, onde 70% do abastecimento vem de reservas de superfície.

"RioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA capital russa enfrenta sérios problemas de poluição

Órgãos regulatórios afirmam que entre 35% e 60% de todas as reservas de água potável do país não atendem os padrões sanitários mínimos.

Istambul

Dados do governo turco mostram que o país vive tecnicamente uma situação de estresse hídrico, porque o abastecimento per capital caiu abaixo de 1,7 mil m³ em 2016. Especialistas locais alertam que a situação pode piorar até 2030.

"LagoDireito de imagemAFP
Image captionUma seca de 10 meses secou este lago próximo a Istambul

Nos últimos anos, áreas muito populosas como Istambul (14 milhões de habitantes) passaram a enfrentar períodos de falta d'água nos meses mais secos. Os níveis dos reservatórios caíram abaixo de 30% da capacidade no início de 2014.

Cidade do México

Faltar água não é uma novidade para os 21 milhões de habitantes da capital do México. Para um a cada cinco, as torneiras só funcionam por algumas horas por semana, e, para 20%, só há abastecimento em parte do dia.

"MulasDireito de imagemAFP
Image captionA falta de acesso à água corrente é um problema comum para quem mora na capital do México

A cidade importa cerca de 40% da sua água de fontes distantes, mas não tem nenhuma operação de larga escala para reciclar água que já foi utilizada. Perdas por problemas na rede são estimadas em 40%.

Londres

De todas as cidades do mundo, a capital do Reino Unido, Londres, não é a primeira que viria à mente quando se fala de escassez hídrica. Com uma precipitação anual de 600 milímetros, menos do que a média de Paris e cerca de metade da média de Nova York, Londres atende 80% da demanda com seus rios.

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Image captionNa capital do Reino Unido, o índice de desperdício de água é de 25%

Segundo a prefeitura local, a cidade está próxima do limite de sua capacidade e deve enfrentar problemas de abastecimento em 2025 e crises sérias em 2040.

Tóquio

A capital do Japão, Tóquio, tem níveis de precipitação semelhantes aos de Seattle, apelidada de Cidade Chuvosa pelos americanos. As chuvas estão, no entanto, concentradas em apenas quatro meses do ano. A água precisa ser coletada e armazenada, já que pode haver secas no restante do ano.

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Image captionEsta arena de sumô é um dos muitos locais que reutilizam água da chuva

Autoridades locais fizeram justamente isso: ao menos 750 edif&iacu

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