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Nada de cremação ou enterro: opção por dissolver corpo após a morte ganha adeptos

2017-05-23 13:06:00

Robert J Klink passou sua vida perto d'água. Ele cresceu nos anos 1950, no South Long Lake, em Minnesota, Estado americano conhecido como a terra dos 10 mil lagos. Caçar e pescar nas margens desses reservatórios naturais era a paixão de sua vida.

Pouco antes da morte dele por câncer do cólon e do fígado, em março, sua esposa Judi Olmsted foi a uma funerária local – a Bradshaw Celebration of Life Center – e disse que seu marido queria ser cremado.

No estabelecimento, ofereceram dois tipos de cremação: a tradicional, com fogo, e um novo tipo, que usa água no processo. Um panfleto explicava que era uma "cremação alternativa e ecológica" que usava uma solução alcalina feita a partir de hidróxido de potássio.

"De início, pensei 'bem, eu não sei nada sobre isso'", disse Olmsted. "Mas quanto mais eu pensava sobre aquilo, mais eu acreditava que era a melhor opção."

 

Impacto ambiental

 

Quando somos enterrados, usamos os recursos do planeta uma última vez – com a madeira do caixão, o algodão do forro, a pedra da lápide, além de outros recursos.

A cremação também tem impacto ambiental. Para queimar um corpo, o equipamento crematório produz calor suficiente para aquecer uma casa durante uma semana no inverno congelante do Minnesota.

A funerária local é um dos 14 estabelecimentos do mundo a oferecer a opção "verde" – acredita-se que a hidrólise alcalina é ambientalmente mais correta do que a cremação tradicional.

Eles oferecem ambos os serviços pelo mesmo preço, mas dizem que o novo tipo de cremação revelou-se um sucesso inesperado. Dos clientes que optam por não enterrar seu familiar, metade do total, 80% preferem a hidrólise alcalina.

 

"Robert"Robert

Robert Klink tinha paixão pela água, o que motivou sua esposa Judi Olmsted a escolher a hidrólise alcalina (Foto: BBC)

 

O benefício ambiental não, porém, é o único fator a influenciar a decisão.

Ao escolher a cremação verde, Judi Olmsted pensou na paixão que Klink tinha pela água e relacionou o método aquoso ao batismo, o que achou comovente.

O processo transforma os ossos em pó, que, no caso de Klink, foi depositado próximo a flores, fotos e um pato de madeira numa igreja luterana no subúrbio de St Paul, em Minnesota.

 

Outras motivações

 

A BBC perguntou à diretora de funerais da Bradshaw, Anne Christ, sobre outras razões as pessoas citavam para escolher a hidrólise alcalina.

"Há algumas pessoas com um interesse científico e, claro, interessadas no fator ambiental", diz. "Mas é mais uma questão emotiva. Eu diria que a maioria das pessoas toma a decisão com base numa intuição de que a água é mais suave."

Mas dissolver o corpo com substâncias químicas realmente é mais suave do que queimá-lo? As pessoas se dão conta de como funciona a hidrólise alcalina?

"Tem coisas que eles não sabem", afirma Christ, rindo discretamente.

O equipamento de hidrólise e as salas para acompanhar o processo foram instalados há cinco anos por um custo de US$ 750 mil (R$ 2,4 milhões).

"Poderíamos ter gastado menos", diz Jason Bradshaw, também diretor do centro. "Mas pensamos que, como éramos os primeiros na área, e um dos primeiros no país, deveríamos investir mais. Temos grupos que visitam o lugar, de instituições psiquiátricas a igrejas. Ou simplesmente de pessoas que querem ver como a máquina funciona."

Ele conduz a reportagem ao subsolo, até um cômodo circular com uma cascata tilintante. Na parede cor de ocre, há uma porta de vidro deslizante que leva a outro espaço.

Bradshaw desaparece, acende a luz no outro cômodo e abre a porta.

O equipamento de hidrólise alcalina tem 1,8 m de altura, 1,2 m de largura e 3 m de profundidade. A aparência industrial da máquina contrasta com a intensidade sombria da sala de visualização.

 

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