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Estudantes de MS criam dicionário de línguas indígenas e projeto é premiado

2018-11-13 21:01:00

Um simples cumprimento entre alunos se transformou em inspiração e conhecimento em uma escola municipal de Brasilândia. Foi do diferente que a curiosidade surgiu e ganhou a forma do Dicionário Indígena Ilustrativo: resgatando as línguas ofaié e guarani, agora premiado no Desafio Criativos da Escola.

O livro foi construído por estudantes do 6°ano do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Henrique Filho depois que a professora de história da turma viu dois alunos se cumprimentando na língua materna do povo da etnia Ofaié. A palavra escolhida foi Mba’éichapa, que significa olá na língua indígena guarani.

“Os alunos indígenas estudam à tarde, pela dificuldade para se deslocarem até a escola. Eu sempre dei aula de manhã, quando mudei para a tarde, a presença deles foi novidade para mim. Eles falaram essa palavra e eu achei interessante”, disse a professora Marciana Santiago de Oliveira em entrevista à Agência Brasil.

Depois de conversar com os estudantes Marciana descobriu que o idioma também era novidade para os alunos não indígenas, que mesmo convivendo com os colegas, não conheciam a cultura deles.

A ideia de criar um dicionário dos idiomas então foi construída em conjunto com os estudantes, a partir dos relatos deles. Segundo os estudantes, há apenas cinco falantes da língua ofaié, já que os mais jovens nascem falando português e sequer aprendem o idioma.

O projeto envolveu tanto os indígenas com entrevistas e escolhas de palavras, quanto os não indígenas que se interessaram por aprender um pouco das duas línguas. Tânia Rodrigues da Silva Lins, 13 anos é da etnia Ofaié, não chegou a aprender o idioma, mas se viu entrevistando a própria avó, Neuza da Silva, 57 anos, uma das únicas mais antigas do aldeia.

“Para mim o idioma é difícil, eu nasci falando português. Minha avó, é a mais antiga da aldeia, às vezes ela tenta ensinar a gente e às vezes a gente aprende, mas ela tem vergonha de falar”, conta.

Os alunos ainda produziram um vídeo e agora pretendem oferecer oficinas nos colégios da cidade sobre o material que produziram. “A história, se não for para transformar a nossa realidade, não faz sentido”, diz a professora que se emociona ao contar das atividades.

Premiação – O Desafio Criativos da Escola celebra e premia projetos protagonizados por crianças e jovens de todo o país que, apoiados por seus educadores e educadoras, estão transformando as escolas, comunidades e municípios. As equipes premiadas recebem R$ 1,5 mil e os educadores responsáveis por equipe, R$ 500. O prêmio é parte do programa Criativos na Escola da organização não governamental Instituto Alana.

“A premiação é uma estratégia para valorizarmos não só os 11 projetos selecionados, mas principalmente este movimento de crianças e jovens que estão pensando criticamente suas realidades e desenvolvendo projetos de transformação social”, diz um dos coordenadores do programa Criativos da Escola Gabriel Maia Salgado. “Mesmo em contextos políticos e sociais adversos, os estudantes vêm construindo transformações e, inclusive, pressionando escola, comunidade e a própria gestão pública para trabalharem juntos”.

Estudantes criam dicionário para resgatar língua indígena (Foto: Site Desafios Criativos)
 

Um simples cumprimento entre alunos se transformou em inspiração e conhecimento em uma escola municipal de Brasilândia – município o 355 quilômetros de Campo Grande. Foi do diferente que a curiosidade surgiu e ganhou a forma do Dicionário Indígena Ilustrativo: resgatando as línguas ofaié e guarani, agora premiado no Desafio Criativos da Escola.

O livro foi construído por estudantes do 6°ano do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Henrique Filho depois que a professora de história da turma viu dois alunos se cumprimentando na língua materna do povo da etnia Ofaié. A palavra escolhida foi Mba’éichapa, que significa olá na língua indígena guarani.

 
 

“Os alunos indígenas estudam à tarde, pela dificuldade para se deslocarem até a escola. Eu sempre dei aula de manhã, quando mudei para a tarde, a presença deles foi novidade para mim. Eles falaram essa palavra e eu achei interessante”, disse a professora Marciana Santiago de Oliveira em entrevista à Agência Brasil.

Depois de conversar com os estudantes Marciana descobriu que o idioma também era novidade para os alunos não indígenas, que mesmo convivendo com os colegas, não conheciam a cultura deles.

A ideia de criar um dicionário dos idiomas então foi construída em conjunto com os estudantes, a partir dos relatos deles. Segundo os estudantes, há apenas cinco falantes da língua ofaié, já que os mais jovens nascem falando português e sequer aprendem o idioma.

O projeto envolveu tanto os indígenas com entrevistas e escolhas de palavras, quanto os não indígenas que se interessaram por aprender um pouco das duas línguas. Tânia Rodrigues da Silva Lins, 13 anos é da etnia Ofaié, não chegou a aprender o idioma, mas se viu entrevistando a própria avó, Neuza da Silva, 57 anos, uma das únicas mais antigas do aldeia.

“Para mim o idioma é difícil, eu nasci falando português. Minha avó, é a mais antiga da aldeia, às vezes ela tenta ensinar a gente e às vezes a gente aprende, mas ela tem vergonha de falar”, conta.

Os alunos ainda produziram um vídeo e agora pretendem oferecer oficinas nos colégios da cidade sobre o material que produziram. “A história, se não for para transformar a nossa realidade, não faz sentido”, diz a professora que se emociona ao contar das atividades.

Premiação – O Desafio Criativos da Escola celebra e premia projetos protagonizados por crianças e jovens de todo o país que, apoiados por seus educadores e educadoras, estão transformando as escolas, comunidades e municípios. As equipes premiadas recebem R$ 1,5 mil e os educadores responsáveis por equipe, R$ 500. O prêmio é parte do programa Criativos na Escola da organização não governamental Instituto Alana.

“A premiação é uma estratégia para valorizarmos não só os 11 projetos selecionados, mas principalmente este movimento de crianças e jovens que estão pensando criticamente suas realidades e desenvolvendo projetos de transformação social”, diz um dos coordenadores do programa Criativos da Escola Gabriel Maia Salgado. “Mesmo em contextos políticos e sociais adversos, os estudantes vêm construindo transformações e, inclusive, pressionando escola, comunidade e a própria gestão pública para trabalharem juntos”.

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