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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Hoje Amambai comemora 68 anos; veja a história do município

2016-09-28 00:10:00

O atual Município de Amambaí teve seu primeiro devassamento realizado pelo bandeirante Aleixo Garcia. Entretanto seu povoamento se iniciou por volta de 1580 com o estabelecimento das missões jesuítas espanholas. A reunião de Portugal e Espanha sob o governo de uma só coroa, além de invalidar o Tratado de Tordesilhas, permitiu que as missões jesuítas ampliassem sua zona de influência em direção ao nascente, buscando uma saída para o litoral; situação que não agradava aos habitantes coloniais do Brasil. Por este motivo, em agosto de 1628, Antônio Raposo Tavares organizou uma bandeira e partiu em direção às missões jesuítas sediadas em Guaíra, destruindo-as completamente. Houve revanche por parte dos adversários e por isso, os embates bélicos entre bandeirantes e castelhanos se prolongaram por muitos anos, na região sul da província, agravando-se com

o rompimento dos Tratados de 1750. Em vista da situação, D. Luiz de Souza, Capitão-General de São Paulo fundou uma fortaleza em Iguatemi, denominando-a de Colônia Militar de Iguatemi, a qual se manteve até 1777, quando foi atacada por forças castelhanas a mando de Agostinho Fernandes de Pinedo, Governador do Paraguai. O Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, veio por fim aos choques armados.

A partir de 1882, Thomas Laranjeira conseguiu, por intermédio do Barão de Maracaju, uma concessão do Governo Imperial para colher erva-mate nos terrenos devolutos da fronteira com o Paraguai. Os trabalhos da Cia. Mate Laranjeira começaram em 25-07-1833, quando fincaram-se os esteios do primeiro arranchamento à margem do Rio Verde. Com o monopólio da extração da erva-mate, Laranjeira firmava o povoamento da região do Amambaí, ligando seu nome à sua história.

A sede das atividades da empresa, na zona do Amambaí, instalou-se num local que mais tarde tomou a denominação de Nhu-verá (Campo que brilha), atualmente Vila de Coronel Sapucaia.

A área que hoje constitui a cidade de Amambaí, teve seu povoamento iniciado em 03-08-1903, quando ali se fixaram Januário Lima, Marcelino Lima, José Garibaldi Rosa, Oscar trindade e outros.

Em 1913, o Governo do Estado, por solicitação do Cel. Valêncio de Brum, líder político na região, concedeu uma gleba de terras para a formação do povoado, que tomou inicialmente a denominação de Patrimônio da União, posteriormente Vila União, atualmente cidade de Amambaí.

Gentílico: amambaiense

 

Formação Administrativa

Em divisões territoriais datadas de 31-12-1936 e 31-12-1937, figura no Município de Ponta Porã o Distrito de Amambaí.

Pelo Decreto-Lei Federal nº 9055, de 12-03-1946, o Distrito de Patrimônio União passou a denominar-se Amambaí.

Por Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, promulgado à 18-09-1946, foi extinto o Território de Ponta Porã e o Distrito incorporado ao Estado de mato Grosso do Sul.

Pelo Decreto-Lei Estadual nº 330, de 07-01-1947 a área do extinto Território de Ponta Porã reincorporado ao Estado de Mato Grosso do Sul.

Elevado à categoria de município com a denominação de Amambaí, pela Lei nº 131, de 28-09-1948. Desmembrado de Ponta Porã. Sede no Distrito de Amambaí. Constituído de 3 Distritos: Amambaí, Antônio João e Iguatemi.

Por Lei nº 1166, de 20-11-1958 é criado o Distrito de Tacuru e incorporado ao Município de Amambaí.

Por Lei nº 1167, de 20-11-1958 é criado o Distrito de Paranhos e incorporado ao Município de Amambaí.

Por Lei nº 1124, de 17-11-1958 é criado o Distrito de Morumbi e incorporado ao Município de Amambaí.

Por Lei nº 1177, de 17-11-1958 é criado o Distrito de Eldorado e incorporado ao Município de Amambaí.

Em divisão territorial datada de 1-07-1960, o município é constituído de 7 Distritos: Amambaí, Antônio João, Iguatemi, Eldorado, Morumbi, Paranhos e Tacuru.

Por Lei Estadual nº 1981, de 11-11-1963, desmembra do Município de Amambaí o Distrito de Iguatemi. Elevado à categoria de município.

Pela Lei Estadual nº 2063, de 14-12-1963 é criado o Distrito de Mundo Novo e incorporado no Município de Amambaí.

Em divisão territorial datada de 31-12-1963, o município é constituído de 7 Distritos: Amambaí, Antônio João, Eldorado, Morumbi, Paranhos, Tacuru e Mundo Novo.

Por Lei Estadual nº 2774, de 13-10-1967, o Distrito de Antônio João passou a denominar-se Coronel Sapucaia.

Por Lei Estadual nº 3692, de 13-05-1976, desmembra de Amambaí o Distrito de Eldorado e Morumbi para formar o novo Município de Eldorado.

Pela Lei Estadual nº 3693, de 13-05-1976, desmembra de Amambaí o Distrito de Mundo Novo. Elevado à categoria de município.

Pela Lei Estadual nº 3765, de 30-06-1976, é criado o Distrito de Sete Quedas e incorporado ao Município de Amambaí.

Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 5 Distritos: Amambaí, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas e Tacuru.

Por Lei Estadual nº 72, de 12-05-1980, desmembra de Amambaí o Distrito de Tucuru. Elevado à categoria de município.

Por Lei Estadual nº 73, de 12-05-1980, desmembra do Municípo de Amambaí o Distrito de Sete Quedas. Elevado à categoria de município.

Por Lei Estadual nº 623, de 30-12-1985, retificada pela Lei Estadual nº 810, de 21­12-1987, desmembra de Amambaí, o Distrito de Coronel Sapucaia. Elevado à categoria de município.

Por Lei Estadual nº 777, de 17-11-1987, retificada por Lei Estadual nº 811, de 21­12-1987, desmembra de Amambaí o Distrito de Paranhos. Elevado à categoria de Município.

Em divisão territorial datada de 15-07-1997, o município é constituído do Distrito Sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-07-1999.

 

Alteração Toponímica Distrital

Patrimônio União para Amambaí, alterada pela Lei Federal nº 9055, de 12-03-1946. 

história de Amambai se confunde com a história da erva mate sulmatogrossense. Os nomes dos rios e córregos do sul de Mato Grosso, onde se encontra atualmente Amambai, são nomes de língua guarani, o que comprova a ocupação da região por índios guaranis desde a era pré-colombiana, intensificando-se com o fim da Guerra da Tríplice Aliança. Recebeu, inicialmente, a denominação de Paz Nhú Vera e logo depois Patrimônio da União, sendo que os moradores do lugar formaram uma comissão para pedir ao Estado a legalização do Patrimônio União, que foi posteriormente batizada de Vila União. Mais tarde os serviços geográficos opinaram que fosse trocado o nome do lugar. Entre as idéias apresentadas surgiu Ervanópolis, Valenciópolis e Amambai. Considerando-se a originalidade e eufonia lingüística os serviços geográficos optaram por Amambai. Naquela época, Amambai era simplesmente uma parada de carretas. Suas vertentes, suas sombras e seu posto foram motivo de descanso para os viajantes. A antiga paragem de carretas pouco a pouco foi formando um núcleo de vivendas.

De antiga paragem de carretas a município pólo da região sul de Mato Grosso do Sul

Durante a demarcação de fronteiras entre Brasil e Paraguai, os grandes ervais nativos nas bacias dos rios Iguatemi e Amambai chamaram a atenção por sua cor deslumbrante e porte exuberante, começando em 1878 a exploração da erva mate nesta região. Nessa epoca, o catarinense Thomás Laranjeira deu início ao seu grande empreendimento ervateiro que foi o ouro verde da região: foi criada a Companhia Matte Laranjeira, que, para melhorar o escoamento de seus produtos, modernizou seus meios de transporte, abrindo estradas nas matas e nos campos. Os ervateiros da região apenas cortavam, ensacavam e tostavam a erva, que era mandada para a Argentina por meio de carretas de boi e retornava industrializada, mais cara, pronta para o mate, tereré e chá, bebidas típicas. Em 1883 Tomás teve como sócios os irmãos "Murtinho". (mato-grossenses de destaque no mundo político e econômico). Com o aumento da produção a empresa modernizou seus meios de transporte. Quando a Argentina proibiu a importação de erva-mate brasileira houve uma grande crise na região e procurou-se outras atividades comerciais. Começou a exploração da madeira, por ser uma região de bastante floresta, chamando a atenção das serrarias. A madeira, que era mandada para o sudeste, vinha em forma de móveis muito mais cara. Por esse motivo, em 3 de agosto de 1903, se fixaram ali Januário Lima, Marcelino Lima, José Garibaldi Rosa, Oscar Trindade e outros.

Com o fim do ciclo da madeira, por volta de 1905, os gaúchos, sabendo que os campos e coxilhas do sul da região eram semelhantes aos da fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, sobretudo das regiões das Missões, mudaram-se a esta região com seus mantimentos, carretas e cargueiros, onde havia tranqüilidade e área bastante para a lavoura e criação de gado. Instalaram-se na região diversas caravanas formadas por gaúchos e estrangeiros. Um deles, o gaúcho Romualdo Portela, propiciou uma época de fartura em Amambai e impulsionou seu desenvolvimento desde os anos 30 até os anos 50 e faleceu em 1970. Sendo o maior ervateiro da região, ele comandou e financiou a criação da Cooperativa dos Ervateiros de Amambai, montou o primeiro moinho de erva-mate de Amambai e uma atafona em sua fazenda. (Atafona é um conjunto de máquinas para fabricação de farinha de mandioca). Romualdo foi o pioneiro da industrialização da cidade. A fazenda dele tinha 7.000 hectares de erva-mate e localizava-se no Guassuti, entre Amambai e a atual Coronel Sapucaia (apesar de tudo isso, até hoje não há uma rua com o nome dele na cidade).

Município de Mato Grosso do Sul

Foi elevada a distrito de Ponta Porã pela lei número 658, de 15 de junho de 1914. Em 28 de setembro de 1948, através do decreto Lei número 131, foi criado o município de Amambai, sendo instalado a 1 de janeiro de 1949. Amambai iniciava uma nova vida administrativa, sendo Sidney Batista seu primeiro prefeito. Fez-se dona de todo sul de Mato Grosso de Sul e passaram a depender de Amambai os distritos de Iguatemi, Tacuru, Coronel Sapucaia e Paranhos. A emancipação do Município foi uma grande vitória para o povo da região. Sua cooperação a favor da região motivou a criação do município de Iguatemi, que mais tarde desmembrou-se de Amambai, bem como o de Sete Quedas, Paranhos, Tacurú e Coronel Sapucaia. Em 1977 o sul de Mato Grosso se emancipa formando o atual estado de Mato Grosso do Sul com capital em Campo Grande, a qual Amambai faz parte atualmente. Na época do ouro verde não havia crise em Amambai, mas desde que a Argentina proibiu a importação de erva-mate brasileira a cidade coleciona crises como a da febre aftosa, em que o exterior suspendeu temporariamente a importação de carne brasileira (em 2005), e a crise da demarcação de terras indígenas (em 2009). Apesar disso Amambai conseguiu lentamente tornar-se a próspera cidade que é hoje, quase toda asfaltada, com vários monumentos pantaneiros e regionais.

Política

A força econômica da erva-mate originou Amambai. (Como as maiores cidades do sul de mato grosso do sul). O sistema político de Amambai antigamente era instável pois trocava de prefeito a cada ano e isso dificultava o desenvolvimento da cidade. Quando os prefeitos começaram a concluir seus mandatos veio a ditadura, que prejudicou a cidade durante 15 anos. Quando acabou a ditadura a cidade finalmente voltou a crescer, com o desenvolvimento do comércio e a instalação de indústrias.

Relação dos prefeitos

 

Em 1 de Janeiro de 1949, foi o dia da posse do primeiro prefeito, Sidnei Batista, Prefeito nomeado pelo Governador do Estado. Ficou apenas 06 meses no cargo. Em 18 de Junho de 1949, Valêncio de Brum, eleito pela população, assumiu a Prefeitura, renunciou um ano após a sua posse. Em 22 de Maio de 1950, assumiu o Presidente da Câmara, Adolpho Raimundo do Amaral. Em 31 de Janeiro de 1951 foi a vez de Francisco Serejo Neto eleito pela população para governar a cidade. Em 3 de Maio de 1953 foi a vez de Walmir da Rosa Peixoto, que governou durante 04 anos, quando assumiu Ernesto Vargas Batista, no dia 25 de Maio de 1957 que governou até 61.

Em 17 de Junho de 1961, Heron da R. Brum assumiu a Prefeitura durante 04 anos. Em 17 de Junho de 1965, foi a vez de Zcyr Serejo Manvailler que governou até 67. Em 31 de Janeiro de 1967, no seu segundo mandato Walmir da R. Peixoto, foi o último prefeito eleito. Na década de 70, foi a época da ditadura em nosso Estado, onde os prefeitos não eram eleitos, eram nomeados pelos governadores, começou com o Dr Odil Vidal 31 de Janeiro de 1970. Depois veio Deair Pereira Vargas no dia 12 de Outubro de 1970, passou o cargo para Silvio Berri em 13 de Maio de 1971. E assim foi passando em 1 de Janeiro de 1973, Orlando Viol, em 23 de Janeiro de 1975, Alcindo F. Machado, em 4 de julho de 1979, Nestor Silvestre Tagliari. Dejacir Céspede Souza foi o último prefeito nomeado, assumiu em 9 de Abril de 1985. Em 1 de Janeiro de 1986, voltou a democracia, com o prefeito Geraldo Felipe Correa, eleito pela população.

E depois tivemos, em 1 de Janeiro de 1989, Anilson Rodrigues de Souza; em 1 de Janeiro de 1993 no seu segundo e polêmico mandato Nestor Silvestre Tagliari. Em 1 de Janeiro de 1997 assumiu seu primeiro mandato Dirceu Luiz lanzarini e em 1 de Janeiro de 2001 o seu segundo mandato como prefeito. E em 1 de Janeiro de 2005,assumiu por um mandato Sérgio Diozébio Barbosa. Em 1º de janeiro de 2009 assumiu pela 3ª vez Dirceu luiz Lanzarini, atual prefeito.

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